Aos 46 anos de idade, e após uma passagem pelo mundo da política, Manny Pacquiao surpreendeu tudo e todos, ao decidir regressar ao mundo do boxe, num combate perante o campeão em título da categoria de meio-médio do Conselho Mundial de Boxe, Mario Barrios, que decorreu, na madrugada de sábado para domingo, na MGM Grand Garden Arena, recinto situado em Las Vegas, no estado norte-americano do Nevadas.
O objetivo da 'lenda' filipina passava por fazer história, ao tornar-se no mais velho pugilista a conquistar este cinturão, curiosamente, no mesmo local onde realizara a primeira luta oficial. Objetivo esse que, no entanto, caiu por terra, uma vez que este não foi capaz de ir além de um empate, perante um adversário 16 anos mais novo, que se encontra passar pelo ponto mais alto da carreira.
Ainda assim, a exibição não deixou de ser impressionante, particularmente, para um lutador que já não combatia há quase quatro anos (mais precisamente, desde agosto de 2021), quando foi derrotado, por decisão unânime, pelo cubano Yordenis Ugas, num evento realizado na T-Mobile Arena, na cidade de Paradise, neste mesmo estado.
Manny Pacquiao, detentor de um registo de 62 vitórias (entre elas, 39 por KO), oito empates e três derrotas, ao longo da extensa carreira, esteve, inclusive, na dianteira em todos os boletins de pontuação, até à nona ronda. No entanto, os três árbitros deram a vitória a Mario Barrios, nas três últimas, o que lhe permitiu reter o título de campeão mundial.
Feitas as contas, dois juízes apontaram um resultado de 114-114, e um outro de 115-113 favorável ao norte-americano de 30 anos de idade, resultando numa igualdade, perante uma plateia de 13.107 espectadores, que se deslocaram a este recinto, sobretudo, para perceber, afinal, em que estado se encontrava o adversário filipino.
Desilusão estampada no rosto
Após o final do combate, Manny Pacquiao não escondeu a desilusão para com o desfecho, e, em declarações prestadas à estação televisiva norte-americana ESPN, atirou: "Eu pensava que tinha vencido o combate. Foi um combate renhido. Foi muito duro".
"Tenho de continuar a treinar durante mais tempo para disputar um combate pelo título. Devido às eleições [nas Filipinas, onde falhou a eleição enquanto senador], comecei mais tarde, mas está tudo bem. É claro que gostaria de uma desforra. Quero deixar um legado e deixar o povo filipino orgulhoso", acrescentou.
Mario Barrios, por seu lado, mostrou-se surpreendido com a energia "de loucos" do 'veterano' natural de Kibawe: "Ele continua forte como o diabo, e a temporização dele é real. Ele continua a ser um pugilista muito complicado de tentar perceber".
"Eu aceito a desforra. Sem dúvida. Isto foi enorme para o boxe. Adorava fazê-lo, uma vez mais", referiu o campeão mundial de meio-médio do WBC. Quanto a Manny Pacquiao, disse esperar que a maneira como regressou aos ringues, em tão adiantada idade para esta modalidade, "seja uma inspiração para os pugilistas em como, se tiverem disciplina e trabalharem arduamente, podem continuar a lutar".
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