"Acreditamos que a decisão para a exploração do jogo e para o seu desenvolvimento não vai causar um impacto efetivo para as receitas do jogo, mas vai ter impacto positivo na exploração da atividade do jogo", afirmou o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, em conferência de imprensa.
Três das seis concessionárias de jogo a operar em Macau - SJM, Galaxy e Melco - comunicaram às autoridades que, até 31 de dezembro, vão terminar a exploração dos 11 'casinos-satélite' existentes, notou André Cheong.
Os 'casinos-satélite', sob a alçada destas concessionárias, são geridos por outras empresas, sendo uma herança da administração portuguesa e que já existia antes da liberalização do jogo no território, em 2002.
Quando a legislação que regula os casinos foi alterada, em 2022, estabeleceu-se o final de 2025 como data limite para terminar a atividade destes espaços de jogo.
Agora, as operadoras podem decidir assumir a gestão direta dos casinos, fechar portas ou assinar novos contratos de gestão, mas sem partilhas de receitas, uma imposição da nova legislação.
Dos 'casinos-satélite' a operar em Macau, nove pertencem à SJM, um à Galaxy e outro à Melco, que tem ainda seis clubes Mocha - salas de máquinas de jogo.
A SJM vai considerar a aquisição da propriedade dos hotéis onde se localizam dois 'casinos-satélite' - Ponte 16 e Casino Royal Arc - e requerer às autoridades "a exploração de jogos adotando a forma 'casinos operados diretamente'", referiu Cheong.
Já a Melco, continuou o responsável, anunciou o encerramento do casino Grand Dragon e de três clubes Mocha, embora pretenda explorar, "através da contratação de sociedade gestora" outros três.
"Foi uma decisão comercial feita pelas três concessionárias", declarou o secretário para a Administração e Justiça, notando que na opção pode pesar, por exemplo, se o "casino satélite vai ou não causar impacto positivo para as receitas do jogo da concessionária".
No que diz respeito aos cerca de 5.600 trabalhadores locais afetados pelo encerramento, as autoridades exigem às operadoras a garantia de um emprego, e vão, ainda de acordo com o secretário, "fiscalizar de perto a situação".
Além do futuro dos trabalhadores, a atividade dos negócios próximos a estes espaços de jogo - 320 pequenas e médias empresas, nomeadamente casas de penhores, ourivesarias, lojas que vendem tabaco ou álcool - também deverá ser influenciada pelo fecho.
Mas 70% dos negócios nas proximidades "não vão ser afetados diretamente", referiu na conferência de imprensa o secretário para a Economia e Finanças, Tai Kin Ip.
Capital mundial do jogo, com receitas que atingem o dobro da cidade norte-americana de Las Vegas, Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal.
Operam no território seis concessionárias, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM, que renovaram, em dezembro de 2023, o contrato de concessão para os dez anos seguintes e que entrou em vigor a 01 de janeiro de 2024.
Os casinos do território arrecadaram 21,193 mil milhões de patacas (cerca de 2,31 mil milhões de euros) em maio, contra 20,188 mil milhões de patacas (cerca de 2,2 mil milhões de euros) no mesmo mês de 2024, de acordo com dados divulgados no início deste mês pela Direção de Inspeção e Coordenação de Jogos (DICJ).
Trata-se do valor mais alto desde janeiro de 2020, quando as receitas dos casinos alcançaram 22,1 mil milhões de patacas (2,41 mil milhões de euros).
Desde final de janeiro de 2020, a pandemia da covid-19 teve um impacto sem precedentes no jogo, motor da economia de Macau, com os impostos sobre as receitas desta indústria a financiarem a esmagadora maioria do orçamento governamental.
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