Num comunicado divulgado na quinta-feira, a instituição justificou a decisão citando reformas macroeconómicas que ajudaram a reduzir a inflação e a retomar o crescimento no final de 2024.
A Moody's recordou que a economia do país sul-americano cresceu 5,9% no primeiro trimestre de 2025, "impulsionada pela procura interna e apoiada por uma confiança renovada".
Apesar da melhoria, a dívida da Argentina continua a estar na categoria abaixo da recomendação de investimento, ou 'lixo', como é geralmente designada.
"A subida reflete a nossa visão de que a ampla liberalização dos controlos cambiais e, em menor medida, dos controlos de capitais, juntamente com um novo programa com o FMI, sustentam a disponibilidade de liquidez em moeda estrangeira e aliviam a pressão sobre as finanças externas. Isto reduz a probabilidade de um evento de crédito", afirmou a Moody's.
Em abril, a Argentina assinou um acordo para um novo empréstimo, no valor de 20 mil milhões de dólares (17,2 mil milhões de euros), do Fundo Monetário Internacional (FMI), que permitiu ao país suspender controlos de capitais e divisas.
De acordo com a Moody's, "a transição gradual para uma conta de capital mais aberta e a eliminação contínua dos controlos cambiais são um primeiro passo em direção a pagamentos externos sustentáveis".
A agência destacou o abrandamento da inflação, "impulsionado por uma mudança efetiva na política orçamental e macroeconómica, e por reformas económicas que procurem eliminar as distorções do mercado e atrair investimento real".
Na primavera, a inflação anual foi de 55,9%, em comparação com 211% no final de 2023.
No entanto, a Moody's observou que as fracas reservas monetárias e os "impedimentos estruturais ao investimento" continuam a ser desafios.
A agência sustentou que uma recuperação económica e o apoio popular às políticas de ajustamento do Presidente Javier Milei antes das legislativas de outubro "poderiam dar ao governo um mandato político mais forte para acelerar a sua agenda de reformas económicas".
Ao mesmo tempo, a Moody's afirmou que a eventual eliminação dos restantes controlos "poderia reacender desequilíbrios macroeconómicos que colocariam em risco a sustentabilidade da balança de pagamentos".
Milei, que assumiu o cargo no final de 2023, impôs inúmeras medidas de austeridade, incluindo uma forte desvalorização do peso, a moeda argentina, de mais de 52%.
O Presidente declarou em julho de 2024 o estado de emergência pública em matéria administrativa, económica, financeira e energética, pelo período de um ano, que terminou em 07 de julho passado.
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