"No âmbito da garantia pública para a habitação jovem, tivemos mais de 9.100 pedidos, que correspondem a cerca de 1.700 milhões de euros de propostas submetidas, e já formalizamos quase 500 milhões de euros", disse o presidente executivo do banco, Pedro Castro e Almeida, na apresentação dos resultados do banco no primeiro semestre, em Lisboa.
A contratação com garantia do Estado apresentou um rácio LTV [loan-to-value] de 99,5%, disse o banco sobre este indicador que resulta da relação entre o montante total de crédito por um imóvel e o mínimo entre o valor de avaliação ou o preço de aquisição.
Por sua vez, o administrador Miguel Belo de Carvalho explicou que o banco já utilizou cerca de 30% do valor disponível e que não tem pressa em esgotar o 'plafond', mas que o Santander Totta continuará disponível caso o Governo entenda alargar o programa em prazo ou em montante.
A garantia pública para o crédito à habitação a jovens até 35 anos (inclusive) aplica-se a contratos assinados até final de 2026 e permite ao Estado garantir, enquanto fiador, até 15% do valor da transação.
A quota atribuída ao Santander do valor garantido pelo Estado é de 259 milhões de euros, sendo o banco com a maior fatia deste programa, o que, numa situação limite em que o banco financiaria a totalidade das transações, representaria um limite de crédito um pouco acima dos 1.700 milhões de euros.
Pedro Castro e Almeida destacou que a quota de contratação de crédito à habitação junto do Santander Totta está perto de 20% e que, nos últimos 12 meses, o banco financiou a compra de casa por 37.000 famílias.
Sobre o setor, o presidente do banco apontou que há um desequilíbrio entre a oferta e a procura e que este não é um assunto só português, mas que o plano de desburocratização do Governo é uma de um conjunto de boas intenções pelo executivo e cuja execução "vai ser crítica".
Para o responsável, há "um lençol curto para poder tapar muitos problemas", dizendo que se se reduzir a disponibilidade do alojamento local, provavelmente terá impacto no turismo, mas que um aumento deste também retira as pessoas de viverem em cidades como Lisboa ou Porto.
Também sobre a garantia pública, Pedro Castro e Almeida recuperou a ideia do lençol, reconhecendo que, apesar de poder aumentar a procura, também está a permitir a compra de habitação por "uma franja de clientes jovens que não teria oportunidade de comprar casa".
"Mas se os preços das casas continuarem a aumentar, daqui a pouco há que tomar mais medidas, porque há outros jovens, os atuais, que também não conseguem comprar", acrescentou.
Miguel Belo de Carvalho esclareceu que desde a entrada em vigor da garantia pública, a produção de crédito à habitação junto de clientes com até 35 anos cresceu 15 pontos percentuais, para 45%.
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