"Na última conferência, alguém fez a questão se nós [presidentes dos bancos] achávamos que era possível vender o Novo Banco por 5.000 milhões de euros. Eu também mostrei as minhas dúvidas, houve quem mostrasse dúvidas maiores, mas a realidade é que foi vendido por 6.400 milhões de euros", disse Pedro Castro e Almeida na apresentação de resultados do banco no primeiro semestre, em Lisboa.
O valor da operação face ao valor estimado do banco terá atingido um múltiplo de 1,6 vezes, algo que o presidente do Santander Totta considerou que "não é muito normal na Europa".
Ainda assim, admitiu que o Santander vendeu um banco na Polónia por esse tipo de múltiplos.
"Isso tem muito a ver com o facto de o mundo também ter mudado e a realidade é que, provavelmente, os Estados Unidos da América, há um ano, eram um mercado muito mais atrativo, hoje, se calhar, a Europa é um mercado muito mais atrativo, e a venda do Novo Banco reflete isso", disse.
Não obstante, destacou a importância de investimento europeu no país e no setor bancário, que tem sido enaltecido por presidentes de outros bancos internacionais.
Pedro Castro e Almeida saudou o trabalho dos presidentes que passaram pelo Novo Banco desde a sua criação -- os antigos presidentes do Santander Eduardo Stock da Cunha e António Ramalho, bem como o atual, Mark Bourke --, dizendo que fizeram "um trabalho fantástico" desde a criação do banco.
Em 13 de junho, a Lone Star chegou a acordo com o grupo bancário francês BPCE para a venda do Novo Banco por um montante equivalente a uma valorização de 6.400 milhões de euros para 100% do capital social.
A venda da participação de 13,54% do Fundo de Resolução no Novo Banco permitirá um encaixe bruto de cerca de 866 milhões de euros, segundo o Fundo.
Por sua vez, o Governo vai vender ao BPCE o capital do Novo Banco controlado diretamente pelo Ministério das Finanças, acompanhando a alienação dos 75% da Lone Star, num negócio que valoriza o banco em 6.400 milhões de euros.
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