Katia Aveiro recorreu, este sábado, às redes sociais para comentar a ausência do irmão, Cristiano Ronaldo, no funeral de Diogo Jota e André Silva, que morreram na quinta-feira num acidente de viação em Espanha.
Através das 'stories' na rede social Instagram, a irmã de Cristiano Ronaldo começou por recordar a morte do próprio pai, em 2005, aos 52 anos. "Quando o meu pai morreu, além da dor da perda, tivemos de lidar com a enchente de câmaras e curiosos no cemitério", referiu.
No funeral, explicou, as pessoas "destruíram campas, jazigos" e "subiram onde lhes calhava", numa "destruição total num cemitério nunca antes vista".
"Sem respeito nenhum. E não era para prestar homenagem, como devem calcular", afirmou. "Em nenhum momento conseguimos sair da capela. Só foi possível no momento do sepultamento, tal era o tumulto", recordou.
Lembrando que várias figuras públicas, como "presidentes" e o selecionador nacional da altura, Luiz Felipe Scolari, estiveram presentes no funeral, Katia Aveiro afirmou que não se lembra de as ver. "Seguramente, cumprimentaram-me. A dor cegou-me", disse.
"Sobre dor/família e apoio real, vocês (jornalismo lixo e curiosos) nunca irão saber o que significa até que passem pelo mesmo", atirou.
E avisou: "Se alguém me enviar mensagens a criticar o que for do meu irmão, vou bloquear. Ou seja, só o farão uma vez. Já cansa o fanatismo, a crítica a troco de nada".
"É absurdamente vergonhoso assistir a canais de televisão/comentadores/redes sociais, a dar ênfase a uma ausência (sábia), do que a homenagear com respeito a dor de uma família destruída pela parte de dois irmãos", acrescentou.
Antes das histórias, a irmã de Cristiano Ronaldo já tinha partilhado uma publicação do escritor Pedro Chagas Freitas sobre a ausência do capitão da seleção nacional, considerando-o "sensato e sábio" por afirmar que, se fosse ao funeral, "seria um circo da dor ainda maior".
"Ronaldo não veio ao funeral de Diogo Jota e de André. Eu percebo. Eu respeito. Eu abraço-o. Tento não legislar sobre o sentimento dos outros. Se viesse, seria um circo da dor ainda maior. Um funeral não é um espetáculo. A dor não é um espetáculo. Mais: não é ir ou não ir a um funeral que mede o tamanho do que me dói. Cada um tem os seus fantasmas, os seus demónios. Os críticos desta decisão de Ronaldo deviam saber disto. Respeitar a dor é também respeitar todas as respostas que cada um encontra para suportá-la. Não tragam o ódio para o interior da maior das saudades", escreveu o escritor.
O jornal britânico Mirror já tinha avançado, esta manhã, que Cristiano Ronaldo não quis aparecer em Gondomar com receio de que a sua presença no local ofuscasse a última despedida de Diogo Jota e do irmão André.
Tendo em conta a elevada cobertura mediática sobre a morte de Jota e do irmão, com vários jornalistas ingleses e espanhóis presentes em Gondomar, para além da imprensa nacional, Cristiano Ronaldo terá, assim, optado por não se deslocar até aquela localidade portuguesa para não perturbar o ambiente numa situação altamente delicada para a família de Jota e André.
Diogo Jota e André Silva, recorde-se, morreram na quinta-feira de madrugada, num acidente de viação na A52, em Cernadilla, Zamora, em Espanha.
O avançado internacional português jogava no Liverpool, emblema que representava há cinco épocas e pelo qual venceu uma Liga inglesa, uma Taça de Inglaterra e duas Taças da Liga, sagrando-se ainda campeão do Championship, o segundo escalão inglês, com o Wolverhampton.
Depois da formação no Gondomar e no Paços de Ferreira, o avançado representou por uma época o FC Porto, por empréstimo do Atlético de Madrid, sendo depois cedido pelos espanhóis ao Wolverhampton, no qual esteve três temporadas.
Na seleção portuguesa, Diogo Jota somou 49 internacionalizações e 14 golos, tendo conquistado duas edições da Liga das Nações, a mais recente no mês passado, em Munique.
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