"Aguardamos uma confirmação oficial da parte ucraniana de que procederá à recuperação dos corpos", declarou o militar à imprensa russa, acrescentando que também integra a delegação negocial em Istambul.
Fomin lamentou que nem na sexta-feira, nem no sábado, a Ucrânia tenha confirmado a receção dos cadáveres.
"Há indícios de que a entrega poderá ser adiada para a próxima semana", acrescentou.
O vice-ministro assegurou que a Rússia está preparada para repatriar mais de 6.000 corpos, que poderão ser transportados por camiões ou comboios.
"Não farei comentários sobre a polémica em torno de uma eventual politização desta decisão. Trata-se de uma ação puramente humanitária, e não é a primeira. Infelizmente, também não será, ao que tudo indica, a última", frisou.
O responsável assegurou ainda que a parte russa está disposta a cumprir "todos os acordos, tanto no que diz respeito à devolução dos corpos de militares ucranianos mortos em combate, como no que toca à troca de prisioneiros".
Este sábado, o chefe da delegação russa nas negociações, Vladímir Medinski, acusou a Ucrânia de "adiar indefinidamente" a troca de prisioneiros de guerra com menos de 25 anos, doentes graves e feridos.
Por sua vez, a Ucrânia acusou a Rússia de manipulação pelas alegações de que Kyiv teria adiado a troca por tempo indefinido, e questionou a real capacidade de decisão da equipa negocial russa, sublinhando o incumprimento de compromissos assumidos.
"Apelamos à parte russa para que não crie obstáculos artificiais nem difunda declarações falsas que impeçam a devolução dos prisioneiros ucranianos e para que não transfira os seus para a Rússia", declarou o Ministério da Defesa da Ucrânia, num comunicado divulgado no Telegram.
A mesma nota, assinada pelo ministro Rustem Umerov, chefe da delegação ucraniana, denuncia mais uma tentativa de "reverter" os acordos de Istambul, o que "volta a levantar dúvidas sobre o grau de autoridade e capacidade da equipa negocial russa".
Relativamente à troca de corpos de soldados mortos em combate, as autoridades ucranianas asseguraram que ainda não foi acordada uma data, e acusaram Moscovo de recorrer a "ações unilaterais".
O comunicado termina apelando à Rússia para "pôr fim aos jogos sujos" e regressar ao trabalho construtivo, com vista à implementação dos compromissos "nos próximos dias".
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