"Acho que temos tudo sob controlo. Acho que teria sido uma situação muito má. Estava a ir na direção errada. Agora está a ir na direção certa", declarou Trump, que enviou militares para a maior cidade da Califórnia apesar da oposição do governador deste estado, o democrata Gavin Newsom.
Questionado sobre um possível envio de fuzileiros para a cidade, o Presidente republicano não descartou a possibilidade.
"Veremos o que acontece", respondeu Trump, que tem trocado críticas com Newsom a propósito da gestão dos protestos.
Trump ordenou o envio de dois mil soldados da Guarda Nacional para reprimir protestos isolados na cidade, após dias intensos de rusgas contra a imigração ilegal.
No domingo algumas tropas foram enviadas para as instalações do Serviço de Imigração e Alfândegas (ICE, na sigla em inglês) localizadas no centro de Los Angeles.
Esta foi a primeira vez em 60 anos que um Presidente dos Estados Unidos mobilizou a Guarda Nacional de qualquer estado sem a autorização do governador responsável, que é o comandante chefe das forças militares estaduais.
O governador acusou o executivo de Trump de criar um "espetáculo" e semear o "caos" com as detenções de imigrantes pelo ICE na Califórnia desde sexta-feira.
"Falem alto. Permaneçam pacíficos. Mantenham a calma. Não usem a violência e respeitem os agentes da autoridade que estão a fazer o seu melhor para manter a paz", acrescentou Newsom.
Dirigindo-se a Tom Homan, o principal conselheiro de imigração de Donald Trump e arquiteto da sua política de deportação em massa de imigrantes ilegais, Newsom desafiou-o no domingo a prendê-lo por não obedecer ao governo federal.
Questionado hoje à chegada à Casa Branca sobre estas declarações, Donald Trump respondeu: "Eu faria isso se fosse o Tom [Homan]", acrescendo que "seria ótimo, [o governador] fez um trabalho horrível".
Logo de seguida, Gavin Newsom ripostou na rede X, condenando: "O Presidente dos Estados Unidos acaba de pedir a prisão de um governador em exercício", numa linha que "não pode ser ultrapassada como nação" e num "um passo inegável em direção ao autoritarismo".
Não é possível distinguir se os comentários de Donald Trump em relação a este caso são puramente provocatórios ou se sinalizam uma intenção genuína.
Nos últimos dias, o Presidente republicano intensificou os ataques contra Gavin Newsom, considerado uma esperança para o seu partido nas eleições presidenciais de 2028, enquanto Los Angeles foi abalada pelos confrontos entre as autoridades policiais e os manifestantes contrários à política de imigração do Governo.
O procurador-geral da Califórnia e Gavin Newson anunciaram hoje que "estão a processar Donald Trump" e a pedir ao tribunal que anule a ação do Presidente de "federalizar a Guarda Nacional da Califórnia".
As autoridades estaduais vão pedir uma ordem de restrição para interromper a mobilização, numa ação que, segundo o procurador, será apresentada ainda hoje.
Na rede X, o governador acusou Trump de fabricar uma crise, que "está a criar medo e terror para assumir o controlo de uma milícia estadual e violar a Constituição" dos Estados Unidos.
"Qualquer governador --- republicano ou democrata --- deveria rejeitar este exagero ultrajante", criticou.
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