Foi a resposta dada pelo responsável quando inquirido, numa conferência de imprensa com órgãos de comunicação estrangeiros, sobre a possibilidade de o movimento islamita palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, fazer parte de um futuro Governo daquele enclave palestiniano.
Recém-nomeado primeiro-ministro -- um cargo novo criado pela Autoridade Palestiniana -- pelo presidente, Mahmud Abbas, Mohamed Mustafá declarou, na sede do seu gabinete, em Ramallah, que, embora "tudo dependa do próprio Hamas", não de pode voltar a como era antes.
As suas palavras surgem depois de Abbas ter afirmado, numa carta aos copresidentes da conferência de Nova Iorque sobre o Médio Oriente, que se realizará na próxima semana, que o Hamas deveria depor as armas e que uma força árabe e internacional deveria ser destacada para Gaza com um mandato das Nações Unidas para garantir um cessar-fogo permanente.
"É extremamente importante para Gaza, mas também para nós, palestinianos em geral", disse Mustafa sobre a solução de um único Governo nos dois territórios palestinianos, acrescentando que "ninguém vai ajudar as pessoas de Gaza a recuperar as suas vidas, a menos que as coisas lá sejam resolvidas".
"Não há um projeto político viável para nós como Estado, reconhecido pelo resto do mundo", se não forem observados esses princípios de unidade de Governo nos dois territórios, que atualmente são governados pela Autoridade Palestiniana, no caso de partes da Cisjordânia ocupada, e pelo Hamas, no da Faixa de Gaza.
De acordo com o primeiro-ministro, do partido secular Fatah, já houve "sofrimento suficiente" e "é necessário avançar", pelo que defendeu que se siga esse caminho.
Mustafa também se mostrou confiante de que haverá um cessar-fogo em Gaza "muito, muito rapidamente" e assegurou que o seu Governo está a trabalhar "muito arduamente" para estar preparado para o dia seguinte na Faixa de Gaza, palco de uma guerra israelita que já fez 55.000 mortos, desencadeada contra o Hamas em retaliação pelo ataque do movimento a Israel, a 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns.
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