Cinco pessoas envolvidas em casos de suborno para parlamento de Macau

O Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) de Macau disse ter identificado pelo menos cinco pessoas envolvidas num caso em que foram pagos subornos para obter assinaturas de apoio a listas candidatas ao parlamento da região. Cinco pessoas envolvidas em casos de suborno para parlamento de Macau

macau, cidade

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Lusa
14/06/2025 10:26 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Macau

Num comunicado divulgado na sexta-feira, a CCAC disse que os indivíduos "terão aliciado outros para assinar formulários" de apoio "com vantagens pecuniárias ou outras".

 

Um dos suspeitos terá confessado a prática de subornos, enquanto um outro suspeito confessou ter falsificado assinaturas de eleitores, garantiu a agência.

O CCAC disse haver indícios de que os cinco terão praticado os crimes de corrupção eleitoral (punível com pena de prisão até oito anos) e de falsificação de documentos.

"O caso está ainda na fase de investigação" e o comissariado disse que irá procurar encontrar "outros potenciais indivíduos envolvidos".

Ainda assim, o CCAC já encaminhou o caso para o Ministério Público (MP), que até ao momento não fez qualquer comentário público sobre o processo.

O caso foi divulgado um dia após a Associação dos Armadores de Ferro e Aço ter anunciado nas redes sociais a detenção do presidente, Wong Wai Man, que tinha apresentado uma candidatura às eleições para a Assembleia Legislativa (AL) de Macau.

Também na quinta-feira, o MP disse que a polícia tinha descoberto, na Rua do Canal Novo (onde se situa a sede da associação), "um trabalhador local de construção civil" suspeito de exploração ilícita de jogo.

O MP disse que o arguido terá explorado ilicitamente atividades de 'mah-jong' (um jogo tradicional chinês, semelhante ao dominó), cobrando aos clientes uma taxa de 200 patacas (21,5 euros) por mesa.

O Juízo de Instrução Criminal aceitou a recomendação do Ministério Público e obrigou o homem, como medida de coação, a pagar uma caução para poder sair em liberdade.

Contactada pela Lusa, a Polícia Judiciária recusou-se a confirmar a identidade do detido e revelou apenas que o homem tinha como apelido Wong.

A sede da associação esteve encerrada na sexta-feira. A Lusa tentou, sem sucesso, contactar tanto a associação como Wong Wai Man.

Na terça-feira, o portal de notícias All About Macau avançou que a comissão eleitoral tinha dado dois dias a Wong Wai Man para recolher pelo menos 78 assinaturas em apoio à sua candidatura.

Isto depois da comissão decidir que, das 395 assinaturas submetidas pelo ativista, apenas 222 eram válidas. As candidaturas à AL devem ser apresentadas com o apoio mínimo de 300 eleitores.

Em 03 de junho, o deputado português José Pereira Coutinho afirmou que existe "concorrência desleal" nas eleições para a AL e acusou listas rivais de enganarem idosos para obterem assinaturas.

No final de março, o Governo de Macau lançou um cartão de consumo, no valor de 300 patacas (33 euros), para pessoas com mais de 65 anos, e permitiu que várias associações locais ajudassem os idosos no processo.

Em 18 de março, o presidente da comissão eleitoral disse que "tomou nota" de comentários na Internet, segundo os quais idosos que pediram ajuda a associações para trocar o cartão de consumo foram convidados a apoiar candidaturas.

Seng Ioi Man disse estar a acompanhar eventuais casos de pressão ou coação de eleitores no âmbito da formação das comissões de candidatura às legislativas, marcadas para 14 de setembro.

Estas serão as primeiras eleições após a exclusão, em 2021, de cinco listas e 21 candidatos, 15 dos quais pró-democracia, por "não defenderem a Lei Básica" e não serem "fiéis à RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]".

A comissão eleitoral recebeu até ao final do prazo, em 06 de junho, nove pedidos de candidatura por sufrágio direto ao parlamento de Macau, menos de metade do que nas anteriores eleições, em 2021.

Trinta e três deputados integram a AL, sendo que 14 são eleitos por sufrágio direto, 12 por sufrágio indireto, através de associações, e sete são nomeados pelo chefe do Governo local.

Leia Também: Operadoras de jogo em Macau denunciam corrupção pela primeira vez em 2024

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