"O aumento da violência no fim de semana no Médio Oriente é uma perigosa escalada do conflito. Mais uma vez, as crianças estão a pagar o preço mais alto", afirmou a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell.
Israel lançou uma ofensiva contra o Irão na sexta-feira, alegando ter como alvo as infraestruturas nucleares e militares iranianas, o que desencadeou uma resposta iraniana com o bombardeamento de cidades iraelitas.
"Os ataques iranianos e israelitas atingiram áreas residenciais, matando e ferindo civis, incluindo crianças, e danificando infraestruturas civis", lamentou a diretora da UNICEF num comunicado citado pela agência de notícias espanhola Europa Press.
Catherine Russel disse que a agência da ONU com sede em Nova Iorque condena todas as formas de violência contra as crianças.
"Além do número de mortos, esta escalada alarmante cria um medo e um trauma generalizados nas crianças de todas as comunidades", alertou.
Russel reiterou o apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, para que Irão e Israel "mostrem a máxima contenção" e evitem a todo o custo "uma situação que a região e as crianças não podem permitir".
Fez também um apelo urgente para o cumprimento das obrigações ao abrigo do direito internacional, incluindo a proteção dos civis, em particular das crianças.
"Todas as crianças têm o direito de viver sem a ameaça da guerra e da violência", afirmou.
Referiu ainda que a UNICEF, juntamente com outras agências da ONU e parceiros humanitários, "está a avaliar ativamente a situação".
A organização "está preparada para aumentar o apoio às crianças afetadas e às suas famílias, conforme necessário e solicitado", acrescentou.
Os bombardeamentos israelitas mataram pelo menos 224 pessoas no Irão, incluindo altos comandos militares, cientistas nucleares e civis, de acordo com as autoridades iranianas.
Teerão retaliou com ataques de 'drones' e mísseis, que mataram pelo menos 24 pessoas em Israel, de acordo com o Governo israelita.
O Irão não reconhece Israel e acusa regularmente Telavive de sabotar as infraestruturas nucleares e assassinar cientistas iranianos ligados ao programa nuclear.
Israel e o Ocidente acusam o Irão de desenvolver um programa nuclear para obter armas atómicas, mas a República Islâmica afirma que visa apenas fins civis, nomeadamente a produção de energia.
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