Irão acusa agência nuclear de ser "parceira" da "agressão" israelita

O Irão acusou hoje a Agência Internacional de Energia Atómica das Nações Unidas de agir como "parceira" da "guerra de agressão" de Israel.

Nuclear: Reservas de urânio enriquecido do Irão mais de 15 vezes acima do acordado

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Lusa
19/06/2025 12:42 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

Irão/Israel

Em causa está um relatório da agência, publicado antes do início da guerra Irão-Israel, no qual denunciou que o regime de Teerão não estava a cumprir com as suas obrigações em relação ao programa nuclear.

 

Dirigindo a mensagem ao diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmaeil Baqaei, escreveu na rede social X: "Vocês traíram o regime de não-proliferação; vocês fizeram da AIEA uma parceira nesta guerra injusta de agressão".

Na quarta-feira, em entrevista a vários órgãos de informação, Rafael Grossi assinalou que o relatório da AIEA foi deturpado e que não há "nenhuma evidência de um esforço sistemático do Irão para conseguir a bomba atómica", ainda que este seja "o único país do mundo que está a enriquecer urânio a níveis quase militares".

Em resposta, o porta-voz da diplomacia iraniana escreveu: "Senhor Grossi, esse reconhecimento [de que o Irão não está empenhado em construir uma arma nuclear] chega tarde. Escondeu esse facto no seu relatório totalmente parcial, um relatório que foi mal utilizado pelos países europeus e pelos Estados Unidos para redigirem uma resolução com exigências infundadas por 'incumprimento'".

O que acabou por acontecer -- salienta -- foi que essa resolução acabou por ser "utilizada como a desculpa final por um regime belicista e genocida para lançar uma guerra de agressão contra o Irão e um ataque ilegal contra as nossas instalações nucleares pacíficas".

O porta-voz perguntou ainda a Grossi se "sabe quantos iranianos inocentes morreram ou ficaram feridos em consequência desta guerra criminosa".

No dia 12, a AIEA aprovou uma resolução apresentada por Alemanha, França, Reino Unido e Estados Unidos e apoiada por outros 19 países na qual se considera que a falta de cooperação do Irão "constitui um incumprimento das obrigações" para com a comunidade internacional.

No dia seguinte, Israel iniciou os bombardeamentos contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.

"Pela segunda vez em três anos, estamos a assistir a um conflito dramático entre dois Estados-membros da AIEA, no qual as instalações nucleares estão a ser atacadas e a segurança está a ser comprometida", lamentou Grossi, referindo-se aos ataques israelitas contra a instalação nuclear iraniana de Natanz.

No local, mais de 10.000 centrifugadoras são utilizadas para enriquecer urânio a 60%, muito além do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional de 2015, que conduziu ao alívio das sanções contra Teerão, em troca de garantias sobre a natureza pacífica do programa nuclear.

Enriquecido entre 3% e 5%, este urânio é utilizado para abastecer centrais nucleares para a produção de eletricidade. Quando enriquecido até 20%, pode ser utilizado para produzir isótopos médicos, utilizados principalmente no diagnóstico de certos tipos de cancro.

Para fazer uma bomba, o enriquecimento deve ser levado a 90%.

O Irão nega qualquer ambição militar e defende o direito de enriquecer urânio para desenvolver um programa nuclear civil.

Leia Também: China começa a retirar cidadãos de Israel na sexta-feira

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