"Esta decisão de proibição não tem validade", escreveu o deputado do Partido Verde Gergely Karacsony no Facebook, explicando que não precisava de autorização oficial, pois trata-se de um "evento municipal", cita a Agência France-Presse.
"No dia 28 de junho, o município vai organizar o Orgulho de Budapeste. Ponto final".
"Juntamente com Budapeste, vamos proteger" a comunidade LGBT+, mas também "aqueles que têm medo e se mantêm em silêncio, a sociedade civil" como um todo, prometeu Maté Hegedus, porta-voz da marcha do Orgulho, no início desta semana.
"É nosso direito constitucional reunirmo-nos pacificamente", acrescentou.
A polícia da Hungria tinha anunciado que o evento estava proibido por uma lei anti-LGBT aprovada pelo Governo nacionalista de Viktor Orban, mas o presidente da câmara ecologista da capital reagiu mantendo a manifestação.
"A polícia, agindo no âmbito da sua jurisdição sobre reuniões públicas, proibiu a manifestação de se realizar", declarou numa decisão publicada no seu sítio da internet, que pode, no entanto, ser objeto de recurso para o Supremo Tribunal (Curia).
O documento de 16 páginas refere-se à lei aprovada em meados de março, que visa proibir qualquer reunião que viole a legislação de 2021 que proíbe a discussão da "homossexualidade e mudança de sexo" com menores.
De acordo com as autoridades, a marcha deve ser organizada num local específico, fora da vista das crianças.
O primeiro-ministro Viktor Orban tem vindo a obstruir os direitos das pessoas LGBT+ há anos, em nome da "proteção das crianças", e deu agora um passo em frente ao aprovar estas novas medidas, que estão a causar preocupação em Bruxelas e em muitos outros países da UE.
Após a sua adoção, milhares de pessoas manifestaram-se na capital para protestar contra as novas medidas mais duras.
Algumas dezenas de eurodeputados da esquerda e do centro - incluindo a presidente dos centristas, Valérie Hayer, e o líder dos Verdes, Terry Reintke - tencionam juntar-se à marcha para denunciar as políticas de Orban, acusado de uma deriva autoritária nos seus 15 anos no poder.
Segundo os organizadores, a Comissária Europeia para a Igualdade, Hadja Lahbib, também deverá estar presente, assim como ministros de outros países europeus.
Os participantes podem ser multados em 500 euros, que "serão doados à proteção das crianças".
A polícia também poderá identificar os infratores utilizando ferramentas de reconhecimento facial.
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