"O mundo está hoje mais seguro e estável do que há 24 horas", apontou Marco Rubio, acusando o Irão de tentar ganhar tempo fingindo disponibilidade para "negociações falsas" e de tentar "enganar" a administração do Presidente Donald Trump.
Os iranianos pensaram que poderiam fazer com Donald Trump "a mesma coisa que fizeram com outros presidentes e sair impunes", notou, em entrevista à Fox News.
"Ontem à noite descobriram que não podem e o mundo também descobriu. Isso é importante, não só neste caso, mas em muitos outros também. O que estamos a ver é que este é um Presidente que diz o que vai fazer e faz", contrapôs.
Ainda assim, ressalvou, os EUA estão "disponíveis para discutir" com o Irão sobre o seu programa nuclear civil.
"O regime iraniano precisa de acordar e dizer: 'ok, se realmente queremos energia nuclear no nosso país, então há uma maneira de fazê-lo'. A oferta ainda está de pé, estamos prontos para conversar com eles amanhã", assegurou.
Rubio apontou ainda o dedo aos países que condenaram a ação dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas - Fordo, Natanz e Isfahan.
"Estão a fazer o que têm de fazer para os seus interesses internos de relações públicas, mas o único no mundo que está insatisfeito com o que aconteceu ontem à noite no Irão é o regime iraniano", acredita, confiando que todos os países concordam que "era necessário" atacar o Irão.
O chefe da diplomacia garantiu que Washington não está à procura de uma guerra com Teerão, nem de uma mudança de regime no Irão, mas avisou a república islâmica que retaliar "será o pior erro que cometerá".
Os Estados Unidos podem "voar para e do Irão sempre que queiram", assinalou, recordando que, durante os ataques desta noite, "nenhum tiro foi disparado" contra as forças americanas.
"Eles [os iranianos] nem perceberam o que se passou. Os aviões estavam fora do espaço aéreo deles antes de eles finalmente começarem a perceber que tinham sido atingidos", notou Rubio.
O conflito entre Israel e Irão começou na madrugada de 13 de junho, com Telavive a lançar um ataque sem precedentes contra o país persa, alegadamente para impedir o avanço do programa nuclear iraniano para fins militares.
O Irão tem repetidamente negado o desenvolvimento de armas nucleares e reivindica o direito a realizar atividades nucleares pacíficas.
Os ataques de Telavive destruíram infraestruturas nucleares do Irão e assassinaram altos comandos militares e cientistas iranianos que trabalhavam no programa nuclear.
Teerão tem respondido com vagas de mísseis sobre as principais cidades israelitas e várias instalações militares espalhadas pelo país.
Esta noite, os Estados Unidos envolveram-se militarmente no conflito, com recurso a aviões bombardeiros B-2, que, segundo o Pentágono, conseguiram "eliminar" as ambições nucleares do Irão.
Os ataques "terão consequências eternas", garantiu o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, afirmando que Teerão mantém em aberto "todas as opções para defender a sua soberania, os seus interesses e o seu povo".
A Alta Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, apelou ao recuo de "todas as partes" para evitar uma nova escalada no Médio Oriente, enquanto a NATO (Aliança Atlântica) afirmou estar a monitorizar de perto a situação na região.
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