Em 48h, 2 polémicas. Das SMS ao "papá", que se passa entre Rutte e Trump?

Em dois dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte, protagonizaram duas situações que os 'colocaram' nas primeiras páginas da atualidade: uma, diz respeito a uma 'inconfidência', a outra a um tratamento... especial?

Esta quarta-feira ficou marcada pela forma como Rutte tratou Trump e palavra escolhida para tal: "papá".

Tudo começou quando o líder da NATO assumiu que o presidente dos Estados Unidos "merece todo o mérito" por ter impedido o Irão de desenvolver armamento nuclear.

Na cimeira em Haia, nos Países Baixos, Trump comparou o Irão e Israel com "dois miúdos no recreio de uma escola" que, na sua ótica, tinham de ser deixados à sua mercê e "lutar durante dois ou três minutos", para ser "mais fácil pará-los".

Em 'resposta', Rutte apontou posteriormente que "o papá tem de usar linguagem forte para os fazer parar", numa referência ao chefe de Estado norte-americano e ao seu papel nas negociações para alcançar um cessar-fogo na guerra entre as duas nações.

Após a cimeira, Trump reagiu ao rótulo de "papá" que lhe foi dado por Mark Rutte, gerando risos do secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que pode verificar nas imagens abaixo.

Ainda em Haia, onde já não está, Trump foi questionado sobre este rótulo, dizendo: "Ele [Rutte] gosta de mim, acho que gosta de mim. Se não gostar, eu digo-te: Volto e bato-lhe com força, está bem? Muito afetuoso".

Já mais tarde, em entrevista à Reuters, Rutte explicou o contexto em que usou a palavra, referindo que neste âmbito ouve alguns países a perguntarem-lhe se os Estados Unidos vão ficar ao lado da NATO. "E eu respondo que isso parece uma criança pequena a perguntar ao pai: 'Ainda vais ficar na família?' Nesse sentido, usei a palavra 'papá': Não estava a chamar 'papá' ao presidente Trump."

E como 'abriram' a semana?

Este não foi, no entanto, o único problema de comunicação entre os líderes, já que uma mensagem mostrada por Trump também levou o assunto às primeiras páginas de jornais.

Em causa esteve a partilha de algumas capturas de ecrã com os elogios do líder da NATO, no dia em que começou a cimeira da Aliança Atlântica. Rutte desvalorizou e disse não ter "qualquer problema" com a situação... mas o que dizem as mensagens?

"Parabéns e obrigado pela sua ação decisiva no Irão. Foi realmente extraordinário e algo que mais ninguém se atreveu a fazer", lia-se na mensagem enviada por Mark Rutte a Trump, em referência aos bombardeamentos da aviação norte-americana na madrugada de domingo.

Além disso, o secretário-geral da NATO comentou que os Estados Unidos "estão a partir para mais um grande sucesso" em Haia, onde os aliados da NATO vão decidir o aumento das despesas com defesa.

"Vocês vão conseguir algo que NENHUM presidente norte-americano conseguiu em décadas", declarou Rutte, usando as maiúsculas que Trump usa em publicações próprias nas redes sociais.

A Europa vai pagar "um preço ENORME" para financiar a defesa "como deve ser" e "essa será a sua vitória", escreveu ainda Rutte a Donald Trump, que critica frequentemente os "caloteiros" europeus.

Depois de Trump partilhar as capturas de ecrã, a NATO confirmou a veracidade das mesmas. De acordo com a organização, "a mensagem foi enviada pelo secretário-geral a Trump na terça-feira, quando se dirigia a Haia para a cimeira de líderes da NATO". 

A cidade holandesa de Haia acolheu na terça e esta quarta-feira a cimeira da NATO.

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