O porta-voz do ministério da Defesa alemão afirmou esta quarta-feira que não tem conhecimento de nenhum envio dos mísseis Patriot para a Ucrânia, contrariando a afirmação de Trump.
Em declarações à rádio sueca SRF, o porta-voz diz que “não pode confirmar que esteja algo a caminho. Isso não é do meu conhecimento.” Acrescentou ainda que está agendada uma reunião online para dia 21 de julho com o Grupo de Contato para a Defesa da Ucrânia para limar arestas e trabalhar na implementação dos sistemas Patriot “o mais rapidamente possível”.
A afirmação vem poucas horas depois de o presidente dos Estados Unidos ter garantido que o sistema de defesa já estava a caminho da Ucrânia.
“Já estão a caminho. Estão a vir da Alemanha e depois são substituídos pela Alemanha”, afirmou Trump aos jornalistas na quarta-feira quando questionado sobre os mísseis.
Os Patriot fazem parte do mais recente acordo entre a NATO e os Estados Unidos, no qual está previsto que a aliança pague pelo material que vai ser enviado para a Ucrânia.
"Na verdade, vamos enviar vários equipamentos militares muito sofisticados e eles vão pagar-nos 100%", disse Donald Trump à comunicação social.
Mas nem todos os aliados parecem estar de acordo. O jornal Politico, que cita dois funcionários próximos do assunto, avança que França não se vai juntar à iniciativa. O presidente francês há muito que pressiona a Europa para investir na sua própria indústria de defesa e anunciou também recentemente que vai aumentar os gastos nacionais neste setor.
De igual forma, Itália também deve ficar à margem do acordo. O jornal La Stampa avança, citando altos funcionários italianos, que Roma tem atualmente um foco em produzir sistemas tecnológicos diferentes, nomeadamente o sistema SAMP/T, produzido em conjunto com França, e que já foi enviado para a Ucrânia.
O jornal cita ainda ainda fontes dentro do ministério da defesa que defendeu que não se trata de uma falta de apoio a Kyiv, apenas uma preferência por explorar “alternativas diferentes” e acrescenta que vão continuar a ajudar com a logística no envio de armas dos Estados Unidos para a Ucrânia.
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