"Ninguém foi preso pelas suas ações passadas, ninguém foi morto e ninguém está a ser vigiado", afirmou o porta-voz adjunto do Governo afegão, Hamdullah Fitrat, rejeitando, numa mensagem enviada à imprensa, "rumores que visam criar medo".
O programa 'Afghanistan Response Route' (ARR) foi criado na sequência da divulgação por engano, em 2022, dos dados pessoais de cerca de 19.000 afegãos que pediram asilo no Reino Unido, depois de terem trabalhado para as forças britânicas antes do regresso dos talibãs ao poder.
"Até à data, 900 beneficiários do ARR estão no Reino Unido ou em trânsito, acompanhados por 3.600 familiares, com um custo de cerca de 400 milhões de libras (460 milhões de euros)", disse na terça-feira o ministro da Defesa, John Healey, no Parlamento.
O programa secreto foi criado em 2024, ainda durante o Governo conservador, devido ao receio de que esses afegãos pudessem ser alvo de retaliação dos talibãs, justificou o ministro trabalhista, que referiu planear agora pôr fim ao ARR.
O plano só foi divulgado depois de uma ordem judicial, pedida pelo Governo, ter sido levantada após uma análise independente ter encontrado poucas provas de que a fuga de dados expusesse os afegãos a um risco maior de retaliação por parte dos talibãs.
As tropas britânicas foram enviadas para o Afeganistão como parte de uma operação contra as forças da rede terrorista Al-Qaida e dos talibãs, na sequência dos ataques de 11 de setembro de 2001.
No auge da operação, havia quase 10.000 soldados britânicos no país, principalmente na província de Helmand, no sul. O Reino Unido terminou as operações de combate em 2014 e retirou as tropas em 2021.
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