Os combates ocorrem apesar do anúncio de um cessar-fogo pelas autoridades sírias, que enviaram as suas forças para a província para pôr fim aos confrontos entre grupos drusos, por um lado, e combatentes beduínos e tribais, por outro, que fizeram 940 mortos em quase uma semana, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Os combatentes beduínos e tribais estavam presentes no sábado de manhã na parte ocidental da cidade, de maioria drusa.
"Os combatentes tribais retiraram-se de Sweida, no sábado à noite", depois de uma contraofensiva drusa, disse o OSDH, uma ONG com sede em Londres, mas com uma vasta rede de informadores na Síria.
Bassem Fakhr, porta-voz do Movimento dos Homens de Dignidade, uma das duas principais fações drusas armadas, confirmou à agência de notícias francesa AFP que "já não há presença de beduínos na cidade".
"Estamos empenhados em respeitar o cessar-fogo, mas os beduínos estão a atacar-nos em várias estradas fora da cidade", acrescentou.
O OSDH afirmou que os combatentes tribais continuaram a atacar a cidade após a sua retirada, tendo sido registados confrontos noutras áreas da província.
O site Suwayda24 noticiou a ocorrência de combates pesados na cidade de Ariqa, uma zona a norte da cidade de Sweida.
Durante uma conferência de imprensa hoje em Damasco, o ministro da Informação sírio, Hamza Moustafa, reconheceu que o cessar-fogo ainda é "frágil".
O governante explicou que a primeira fase de aplicação do acordo tinha começado com "o destacamento de forças de segurança na província de Sweida", mas não na cidade propriamente dita.
A segunda fase prevê a abertura de corredores humanitários entre as províncias de Sweida e Deraa, "para garantir a retirada dos civis e dos feridos", disse, acrescentando que o destacamento das forças de segurança na cidade de Sweida terá lugar numa fase posterior.
Na capital da província com o mesmo nome vivem cerca de 100 mil pessoas, um quarto da população da região, que faz fronteira, a sul, com a Jordânia.
Os drusos são uma minoria religiosa da Síria, que segue uma fé abraâmica que tem traços próximos do judaísmo e do cristianismo, mas com hábitos culturais árabes.
Em Israel, existe uma grande minoria drusa judaica, tal como em vários países da região.
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