"Há riscos de doenças como diarreia, respiratórias e transmitidas por mosquitos. Está em curso um plano de urgência para responder rapidamente a cóleras e outras infeções diarreicas", afirmou Ann Lindstrand, na ilha de São Vicente, após reunião com o ministro do Mar, Jorge Santos, e com a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Patrícia Portela de Souza.
A representante da OMS adiantou que a organização já está a apoiar o país com técnicos e que está pronta para enviar equipamentos e medicamentos.
"Estamos a planear em conjunto com o Ministério da Saúde o que é necessário neste momento", acrescentou, sublinhando que o plano de ajuda está focado na segurança alimentar e no combate aos mosquitos.
Ann Lindstrand alertou ainda a população para medidas preventivas, como lavar as mãos, cuidar da água que consomem e eliminar águas paradas e larvas de mosquitos em cada casa.
A coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas, Patrícia Portela de Souza, reafirmou o compromisso da organização em apoiar Cabo Verde após as chuvas que "causaram prejuízos significativos" em São Vicente, Santo Antão e São Nicolau.
"A nossa ideia é reforçar este apoio dos parceiros à resposta que está a ser dada nas três ilhas, tanto do ponto de vista social -- a prioridade são as pessoas --, como económico e ambiental, para repor a normalidade", disse.
As cheias ocorridas há cerca de uma semana provocaram nove mortos em São Vicente, inundaram bairros, destruíram estradas, casas, pontes e estabelecimentos comerciais, afetaram o abastecimento de energia.
O ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, informou que ainda há dois desaparecidos, incluindo uma mulher com perturbações mentais que não foi vista desde a tempestade.
O Governo declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau, aprovando um plano estratégico de resposta que prevê apoios de emergência às famílias e atividades económicas, incluindo linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido.
As medidas serão financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019 para responder a catástrofes naturais e choques externos.
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