As colocações temporárias em residências sénior e lares de idosos aumentam significativamente nos meses que antecedem e coincidem com o período de férias de verão.
De acordo com um estudo da Via Sénior - plataforma online que reúne residências seniores e lares para idosos -, a que o Notícias ao Minuto teve acesso, o aumento deste tipo de pedidos em julho e agosto é de "cerca de 82% face à média dos restantes meses do ano".
A evidência é apresentada no mais recente estudo da Via Sénior que, com base nos dados relativos a 2024, revela uma tendência sazonalmente crescente nas colocações temporárias em residências e lares de idosos, sinalizando a urgência dos familiares em encontrar uma resposta rápida para o descanso dos cuidadores habituais.
Procura por soluções permanentes é maior em janeiro e novembro
As estadias temporárias - que representam 21% do total de colocações realizadas em 2024 pela plataforma que ajuda as famílias a encontrar a melhor opção para os seus idosos de acordo com as respetivas necessidades e preferências -torna-se especialmente evidente no verão, concentrando-se nos meses de junho, julho e agosto os valores mais elevados deste tipo de colocações (30%, 34% e 31% respetivamente). Por contraste, em meses como janeiro e novembro, as colocações temporárias representaram apenas 9% e 10% do total, revelando uma maior procura por soluções permanentes em épocas de maior estabilidade familiar.
Analisando os indicadores regionais, destacam-se os distritos de Leiria, Braga, Viana do Castelo e Viseu que registam as maiores proporções de colocações temporárias (chegando a atingir os 50%) - resultado que decorre não só da maior disponibilidade de vagas nos distritos referidos, como também dos valores praticados localmente mais acessíveis. Em contraste, nas Residências Sénior e Lares de Idosos de Beja, Guarda, Castelo Branco e Faro, por terem menos disponibilidade de camas, a ocupação a longo prazo é predominante e aceitando sobretudo colocações permanentes.
"Nos meses de verão, a procura por estadias temporárias nos lares de idosos regista um aumento significativo, colocando uma pressão adicional sobre a capacidade de resposta das instituições, que são chamadas a adaptar-se com maior flexibilidade e agilidade. Se no mais recente Retrato das Residências Sénior em Portugal, se revelava que no final de 2024, apenas 11% das estruturas residenciais tinham alguma vaga disponível, o cenário é ainda mais preocupante se atendermos às dificuldades acrescidas das famílias em situações de urgência ou procura sazonal, e em que muitas Residências não aceitam entradas temporárias", realçou o CEO da Via Sénior, Nuno Saraiva de Ponte, num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto.
O estudo insere-se na missão da Via Senior de "promover o conhecimento sobre a realidade das residências séniores em Portugal, contribuindo para que as famílias tomem as decisões mais adequadas relativamente ao necessário apoio aos seus idosos".
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