"Se há sítio onde portugueses abundam é França... Conheço dificuldades"

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Emídio Sousa, iniciou hoje a sua primeira visita oficial a França, onde esteve com a comunidade no Festival Do Emigrante de Herblay (noroeste de Paris), garantindo que tem conhecimento dos seus problemas.

Emídio Sousa

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
29/06/2025 14:57 ‧ há 6 horas por Lusa

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"A minha primeira saída oficial tinha de ser necessariamente a França, porque é aqui que estão verdadeiramente os portugueses. Eu conheço as suas dificuldades, eu sei o que eles pensam e eu sei o amor que eles têm a Portugal, mesmo quando ficam cá, e muitas vezes vivem cá todo o tempo, aquele amor a Portugal é único. Por isso, eu tinha de começar por aqui", disse Emídio Sousa à Lusa.

 

A sua visita oficial a Paris ocorre num momento em que ainda está a "conhecer as comunidades, embora não seja propriamente uma novidade", já que é "filho de emigrantes, irmão, primo, tio" e tem família a viver fora de Portugal, especialmente em França.

"Eu conheço muito esta realidade, enquanto estudante, vim cá à França muitos meses, naqueles trabalhos de férias, para mim não é novidade e é um orgulho. Comecei precisamente por França e por Paris, porque eu tenho a certeza que hoje tem uma comunidade, portugueses e lusodescendentes, muito significativa, falamos só em Paris de um milhão de pessoas, portanto, a maior cidade portuguesa é Paris", afirmou o secretário de Estado.

Elogiando a comunidade portuguesa em França pela sua integração, respeito e contributo "para o desenvolvimento da França", o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas afirmou que está a "tomar conhecimento de alguns problemas que existem no tempo de resposta" dos serviços consulares, do voto de emigrantes e também do ensino de português em França e garantiu "melhorar" e "olhar para isso com muita atenção".

"Portugal, nos últimos 10/11 anos, quando tivemos a Troika, o próprio Governo que sucedeu à Troika, preocupou-se excessivamente com as contas públicas, mas descurou um bocadinho a renovação de quadros e hoje os nossos serviços debatem-se muitas vezes com a falta de pessoas", afirmou Emídio Sousa, referindo que "já há processos de recrutamento em curso".

Relativamente ao ensino de português, "já tenho instruções do senhor ministro, já lhe fiz essa proposta, é uma proposta do Governo da AD (Aliança Democrática, PSD/CDS), de fazermos um novo regime jurídico do ensino de português no estrangeiro, porque sabemos que os professores não têm o seu estatuto e os seus salários atualizados há largos anos, isto não é aceitável", disse.

Definindo Portugal atualmente como uma nação de "portugueses do mundo inteiro", não apenas um "retângulo maravilhoso, a ver o mar plantado", Emídio Sousa defendeu que a língua portuguesa é "das políticas mais importantes" para o país.

"Se há sítio onde os portugueses abundam é França. Somos 10 milhões (em Portugal), mas devemos ser, se contarmos com os nossos lusodescendentes e há alguns que muitas vezes nem sabemos que são, seríamos 20 ou 30 milhões no mundo inteiro, e esta é mesmo a política do Governo", afirmou.

Na sua primeira visita a Paris no cargo, Emídio Sousa visitará na segunda-feira o Consulado Geral de Portugal em Paris, os espaços Camões - Centro Cultural Português e a Embaixada, onde se reunirá com os conselheiros da comunidade portuguesa.

Na terça-feira, deslocar-se-á a Tours, no centro do país, para inaugurar o novo espaço do Consulado Honorário.

Leia Também: Primeiro-ministro cabo-verdiano visita diáspora nos EUA e Portugal

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