Incêndios? "Dizer-se que há falhas de meios humanos não é correto"

No dia em que a situação de alerta foi prolongada até 13 de agosto, Montenegro realçou que o Governo continuará "a tomar medidas que possam reforçar" o combate aos incêndios. Deixou novamente um apelo ao país para que haja "sentido de responsabilidade e unidade".

Luís Montenegro

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Maria Gouveia
07/08/2025 23:12 ‧ há 3 horas por Maria Gouveia

País

Governo

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou, esta quinta-feira, que o Governo continuará "a tomar todas as medidas que possam reforçar do ponto de vista humano e do ponto de vista operacional" o combate aos incêndios que vêm a assolar o país e voltou a apelar ao "sentido de responsabilidade e unidade", notando ainda que "não é correto" dizer-se que há "falhas de meios humanos".

 

"Este ano, temos o maior dispositivo de sempre em prontidão para poder acorrer a todas as ocorrências. O nosso desejo é que sejam em menor número possível, bem como em impacto e dimensão", começou por dizer, em declarações aos jornalistas à margem da sua visita à Feira de São Mateus, em Viseu.

Montenegro referiu ainda que o que "compete ao Governo e aos poderes públicos é" poder "dar a resposta necessária nos momentos de maior aflição e maior crise", dando conta de dois fatores: "a prevenção e o combate".

"Há também comportamentos de risco que devemos diminuir quando sabemos que as condições climatéricas são adversas. Este estado de alerta traz-nos um conjunto de obrigações e restrições que vão diminuir o risco de poder haver ignições". O chefe de Governo voltou também a apelar "ao sentido de responsabilidade e unidade do país, em torno de um combate que é de todos" e que "hoje pode atingir uns e amanhã outros".

Questionado sobre o facto de o dispositivo estar já exausto, sobre as falhas de meios aéreos e se já não deveria ter sido acionado o mecanismo europeu, Luís Montenegro afirmou ser necessário "colaborar para não agravar uma situação que transporta muito sofrimento para todos". 

E sublinhou: "Dizer-se que há falhas de meios humanos não é correto".

"Nós temos meios que não são ilimitados, quer do ponto de vista humano, quer do ponto de vista técnico e operacional e dos equipamentos. Também sabemos que muitos deles estão neste momento já com um desgaste muito assinalável e eu quero aproveitar a ocasião para dar uma palavra de grande reconhecimento e gratidão aos operacionais que no terreno enfrentam muitas vezes o desafio de se enfrentarem a si próprios e à sua capacidade física e mental nesta luta que é desigual", frisou.

O líder do Executivo deu ainda conta de que o Governo tem "a obrigação de todos os dias aprimorar respostas e poder ir mais longe com as respostas": "Foi isso que fizemos com a decisão que hoje tomamos de adquirir dois kits que vão dotar as aeronaves C-130 com a possibilidade de também colaborarem no combate aos incêndios". 

"Estamos a falar de aeronaves que ainda estão com toda a plenitude da sua utilização, algumas delas saíram das oficinas gerais de material aeronáutico com redobrada capacidade por terem precisamente tido operações de manutenção e revitalização que lhes deram melhores condições de operacionalidade". 

E acrescentou: "Continuaremos a fazer e a tomar todas as medidas que possam reforçar o dispositivo quer do ponto de vista humano, quer do ponto de vista técnico e operacional".

Recorde-se que, na quarta-feira, o ministro da Defesa, Nuno Melo, já havia anunciado que o Governo iria aprovar em Conselho de Ministros (que decorreu esta quinta-feira) a aquisição de dois dos "mais modernos kits de combates a fogos florestais" para equipar as aeronaves C-130 da Força Aérea.

"Os 'kits' de incêndio, de novo, colocados nos C-130, transportam muito maior quantidade de água, suponho que até 12 toneladas, com descargas muito maiores de uma só vez ou parcelares, comparativamente com helicópteros e serão, em complemento, um equipamento importante", explicou.

Governo vai adquirir dois 'kits' de combate a fogos para aviões C-130

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O ministro da Defesa Nacional anunciou hoje que o Estado vai adquirir dois 'kits' de combate aos incêndios florestais para equipar duas aeronaves C-130, num investimento de cerca de 16 milhões de euros.

Lusa | 13:40 - 06/08/2025

Situação de alerta mantém-se até dia 13 de agosto

De salientar ainda que, esta quinta-feira, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, disse que a situação de alerta se prolonga até 13 de agosto. Face à situação, "continuam-se a vigorar mesmas proibições e impedimentos já existentes quanto a atividades agrícolas e recreativas em meios rurais."

Governo prolonga situação de alerta até 13 de agosto:

Governo prolonga situação de alerta até 13 de agosto: "Mesmas proibições"

Após o Conselho de Ministros, o Executivo anunciou que a situação de alerta no país foi prolongada uma semana, face às condições meteorológicas e não só. A lei de estrangeiros foi também tema, tendo o Ministro da Presidência 'respondido' às declarações do Presidente da República.

Ana Teresa Banha com Lusa | 15:21 - 07/08/2025

Quantos hectares arderam desde o início do ano?

Os incêndios florestais já consumiram este ano quase 42 mil hectares, oito vezes mais que no mesmo período de 2024 e o valor mais elevado desde 2022, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR).

As estatísticas do SGIFR, da responsabilidade da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), dão conta que desde 01 de janeiro registaram-se 5.211 incêndios que provocaram 41.644 hectares de área ardida.

Incêndios já consumiram quase 42 mil hectares (8 vezes mais que em 2024)

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Os incêndios florestais já consumiram este ano quase 42 mil hectares, oito vezes mais que no mesmo período de 2024 e o valor mais elevado desde 2022, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR).

Lusa | 16:57 - 05/08/2025

Leia Também: Fogos controlados no país: Não há "ocorrências significativas ativas"

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