"Estou, naturalmente, orgulhoso. Foi um dia cheio, que me encheu a alma porque partilhei-o com gente que teve percursos comigo quer no Anadia, quer depois na Académica, onde jogaram futebol, estudaram e se formaram, e outros no Benfica que seguiram outra via, como eu, e foram importantes nesse trajeto ao longo de uma carreira longa, quer como jogador, quer como treinador", constatou o antigo internacional por Portugal.
António Oliveira, notabilizado com o diminutivo Toni no futebol nacional, assumiu a importância que o Benfica teve no seu êxito desportivo e pessoa e vincou o quanto o clube da Luz lhe proporcionou.
"Neste deve e haver, o Benfica está sempre credor. Credor da minha admiração, de muitas alegrias, algumas tristezas, mas no fundo acho que valeu a pena todo este trajeto que se iniciou há 58 anos e tivesse essa vivência durante esses anos, 34 foram vividos lá dentro, os outros cá fora, mas sempre com paixão e amor porque, estou cansado de o repetir, mas eu não nasci benfiquista, o meu clube de menino era o Belenenses", recordou, com um sorriso.
Toni mostrou-se grato ao Benfica pelos muitos títulos alcançados -- oito campeonatos nacionais, cinco Taças de Portugal e uma Supertaça enquanto futebolista, aos quais se juntam dois campeonatos e uma Taça de Portugal como treinador -- e assinalou o quanto se entregou aos 'encarnados': "Entreguei-me à causa, com amor, com paixão, com profissionalismo e penso que o servi de corpo e alma".
O antigo futebolista recebeu a maior distinção prevista pelo município lisboeta para personalidades ligadas ao desporto, e aproveitou para recordar memórias do passado com uma plateia de uma centena de pessoas, constituída por antigos companheiros de equipa, autarcas, entre eles Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que serviu de anfitrião, e Teresa Belém Oliveira, autarca de Anadia, município do qual o antigo jogador e treinador é originário.
O laureado jogador e treinador de futebol fez-se acompanhar por personalidades diversas, família e amigos, entre os quais outras glórias do Benfica como Shéu Han e António Simões, que manifestaram a "satisfação" pelo "justo reconhecimento" feito ao legado deixado pelo antigo companheiro de clube, com quem partilharam glórias ao serviço do Benfica entre o final dos anos 60 e toda a década de 70 do século passado.