Lothar Matthaus fez, esta terça-feira, uso do espaço de opinião que assina na estação televisiva alemã Sky Sport para se mostrar aliviado com o facto de o 'seu' Bayern Munique (clube que representou em duas fases distintas da carreira, entre 1984 e 1988, e entre 1992 e 2000) se ter conseguido 'livrar' de João Palhinha.
Na ótica do antigo internacional germânico, o facto de o português ter sido emprestado ao Tottenham, apenas um ano depois de ter sido adquirido ao Fulham, a troco de uma verba na ordem dos 50 milhões de euros, comprova que o diretor desportivo dos bávaros, Max Eberl, "ainda tem muito trabalho para fazer" ao nível do plantel.
"Graças ao empréstimo de João Palhinha ao Tottenham, o Bayern Munique escapou com apenas um olho e meio negro. Thomas Tuchel queria, desesperadamente, Palhinha, mas Vincent Kompany não confiou nele. Olhando para trás, para a história da transferências, ele foi, no final, desnecessário e supérfluo", começou por afirmar.
"O Bayern Munique tem quatro ou cinco jogadores que podem jogar naquela posição. Eles não fizeram um grande trabalho de casa, e pagaram muito dinheiro por um jogador que mal jogou, em Munique", prosseguiu, referindo-se ao facto de o jogador formado no Sporting ter sido utilizado em apenas 25 jogos, na passada temporada.
"Não podes fazer sempre tudo bem, mas Palhinha não foi o único mau investimento. [Bryan] Zaragoza, [Bouna] Sarr e [Sacha] Boey, que veio do Galatasaray, por 30 milhões de euros, também custaram muito dinheiro. No entanto, todos eles tiveram pouco ou nenhum tempo de jogo", rematou.
"Luis Díaz não foi a primeira escolha"
No entanto, as críticas tecidas por Lothar Matthaus ao trabalho levado a cabo por Max Eberl não firam por aqui: "Eu percebo que o Bayern Munique precise de 22 jogadores de campo, para gerir a carga de trabalho e colmatar as lesões. Não acontece apenas no Bayern Munique, mas em todos os grandes clubes, que jogadores internacionais, como [Sèrge] Gnabry ou [Kingsley] Coman sejam deixados, ocasionalmente, no banco, para um jogo importante, porque todos os outros estão aptos".
"Depois da transferência de Luis Díaz, Max Eberl disse 'Neste momento, estamos muito satisfeitos com o nosso plantel. Fizemos o nosso trabalho, por agora'. [Luis] Díaz é um bom jogador, mas não foi a primeira escolha para aquela posição. Eles também receberam negas, e Eberl não pode esquecer-se disso", atirou.
"De qualquer maneira, não podes, simplesmente, sentar-te e relaxar sobre o teu trabalho. Ainda há coisas que gostaria de fazer, tanto de um lado como do outro. Tanto quanto sei, eles querem vender mais alguns jogadores e talvez melhorar a proposta por Nick Woltemade. Por isso, é altura de fazerem o vosso trabalho de casa e continuar a trabalhar", rematou.
Luis Díaz, recorde-se, foi adquirido pelo Bayern Munique ao Liverpool, a troco de uma verba na ordem dos 75 milhões de euros. Desta, o FC Porto, clube que representou, entre 2019 e 2022, recebeu qualquer coisa como 375 mil euros, proveniente do mecanismo de solidariedade da FIFA.
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