As ações asiáticas abriram hoje em queda depois de o Presidente Donald Trump ter dito que não adiará o prazo de 09 de julho para impor taxas mais elevadas aos parceiros comerciais, aumentando novamente as tensões comerciais.
Um indicador de ações regionais caiu 0,3% e as ações na praça japonesa abriram em terreno negativo e caíam quase 1% a meio do dia de negociações, numa reação às ameaças de Trump de aumentar as tarifas impostas ao país, juntando-lhe um novo ingrediente, o das críticas ao Japão por não aceitar as exportações de arroz dos Estados Unidos.
Os investidores estão seguir de perto as decisões de Trump relativas à pausa na imposição das tarifas em abril, que o Presidente adiou por 90 dias para dar tempo para negociações, mas a calma nos mercados de ações está a ser alimentada por expectativas de que a Casa Branca irá prolongar o prazo das tarifas.
"Embora as ações americanas estejam provavelmente demasiado otimistas, as ações internacionais têm sido propensas a uma reação demasiado pessimista cada vez que Trump aumenta a escalada", disse Phillip Wool, chefe de gestão de carteiras da Rayliant Global Advisors Ltd, em declarações à Bloomberg.
"Não é de todo surpreendente ver Trump a manter a perspetiva de um impasse a 09 de julho e tarifas elevadas como ameaça para pressionar por melhores acordos. Há também um elemento de teatro político aqui", acrescentou.
Durante semanas, Trump procurou exercer influência sobre os parceiros comerciais, ameaçando impor taxas elevadas aos governos que considera difíceis, para depois recuar - uma estratégia que os analistas e estrategas designam por "TACO", ou seja, "Trump Always Chickens Out".
O seu principal conselheiro económico, Kevin Hassett, assinalou que os acordos serão anunciados após o feriado de 04 de julho e a aprovação do projeto de lei fiscal e orçamental pelo Senado dos Estados Unidos.
Os últimos comentários de Trump relativos às tarifas não representam uma grande ameaça para as ações japonesas, considerou Neil Newman, chefe de estratégia da Astris Advisory Japan, à Bloomberg.
"Pela sua retórica, o Presidente Trump está a ficar sem razões de queixa", disse. "Acredito que há demasiadas coisas em cima da mesa de negociações japonesa que permitiriam aos americanos fechar as negociações, mas sabemos que Trump irá até aos limites para conseguir mais. Isto é apenas ruído".
Leia Também: Governo reúne com parceiros sociais em encontro liderado por Montenegro