ETAR levou a interdição da praia do Ouro em Sesimbra? "Pouco verosímil"

A SIMARSUL -- Saneamento da Península de Setúbal considerou hoje ser "pouco verosímil" qualquer relação direta entre o funcionamento da infraestrutura e os resultados de uma análise à qualidade da água que levou ao encerramento da praia do Ouro, em Sesimbra.

Praia, Bandeira Vermelha,

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
16/08/2025 18:26 ‧ há 7 horas por Lusa

Economia

Simarsul

Em comunicado, a SIMARSUL indica que identificou recentemente "a ocorrência de afluências indevidas à rede de drenagem municipal, contendo elevadas quantidades de restos de peixe e escamas", acrescentando que a situação é alheia à sua responsabilidade e "originou duas anomalias pontuais de funcionamento na Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), as quais foram prontamente resolvidas".

 

A empresa assegura que as ocorrências foram comunicadas de imediato à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e à Câmara de Sesimbra.

"Importa ainda esclarecer que a SIMARSUL trata as águas residuais que lhe são encaminhadas através das redes municipais, após o que faz a devolução da água tratada ao meio marinho através de emissário submarino afastado da costa, cumprindo integralmente os requisitos legais e ambientais aplicáveis", lê-se na nota.

A empresa acrescenta que, em ambas as situação verificadas, "a localização e a distância da descarga à costa e o intervalo temporal entre as ocorrências na ETAR e os resultados das análises tornam pouco verosímil qualquer relação direta entre o funcionamento da infraestrutura da SIMARSUL e os resultados não conformes que estiveram na origem da interdição da praia".

"Não obstante esta constatação, e no âmbito do seu compromisso com a proteção ambiental e a saúde pública, a SIMARSUL irá solicitar uma reunião ao município de Sesimbra com vista à adoção de medidas que previnam futuras descargas não conformes na rede de drenagem", adianta.

A praia do Ouro, em Sesimbra, no distrito de Setúbal, que ficou interditada a banhos ao final do dia de quinta-feira, foi reaberta na sexta-feira após uma análise com "resultados compatíveis com a prática balnear", anunciou a Câmara Municipal.

A praia tinha sido interditada a banhos no final da tarde de quinta-feira, após uma análise de rotina da Agência Portuguesa de Ambiente (realizada na terça-feira e com resultados dois dias depois) ter revelado parâmetros alterados.

A praia do Ouro tem Bandeira Azul, Bandeira Qualidade de Ouro e as suas águas têm tido resultado "Excelente" desde 2011.

Deste modo, salientou a autarquia, só uma descarga direta no mar poderá ter originado um resultado assim.

Na segunda-feira, a Câmara Municipal de Sesimbra vai solicitar uma reunião, com caráter de urgência, com a SIMARSUL, a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e a Docapesca para esclarecer a situação e garantir que situações como as ocorridas não se venham a repetir.

Na quinta-feira, em declarações à agência Lusa, o presidente da autarquia, Francisco Jesus, disse que assim que foi informado do caso contactou a SIMARSUL - Saneamento da Península de Setúbal, S.A, responsável pela gestão e exploração do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da península de Setúbal, tendo apurado que foram feitas duas descargas diretas para o mar, sem tratamento, em 01 e 08 de agosto (duas sextas-feiras).

Francisco Jesus disse ainda estar indignado com a situação, particularmente por as "descargas terem sido apenas participadas à APA por 'email' nas segundas-feiras seguintes", nos dias 04 e 11 de agosto.

"Isto é inadmissível. Numa zona balnear serem feitas duas descargas a duas sextas-feiras, que sabemos que podem pôr em causa a qualidade das águas, e serem apenas comunicadas três dias depois, numa segunda-feira, sem haver um telefonema. Isto foi tratado com uma leviandade e com um sentido de irresponsabilidade brutal", disse o autarca na ocasião.

O autarca frisou que se o assunto tivesse sido tratado desde o momento das descargas para o oceano, que terão sido efetuadas por questões de funcionamento da ETAR, teria havido maior controlo das águas.

"Não sabemos se existe uma relação causa-efeito, mas, na verdade, pode ter", disse, adiantando que as descargas são feitas no oceano e não na praia, mas com as marés poderão ter atingido a zona.

Uma das descargas, salientou, foi de 500 metros cúbicos.

"É muita água não tratada", disse Francisco Jesus.

Leia Também: Praia do Ouro em Sesimbra reaberta a banhos

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