Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun afirmou que "a China opõe-se firmemente à politização da ciência, da tecnologia e dos assuntos económicos e comerciais por parte dos Estados Unidos".
As declarações surgem depois de, segundo Pequim, sob pressão de Washington, Taiwan ter adicionado à sua lista de entidades a tecnológica Huawei e a principal fabricante de semicondutores da China, a Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC).
Guo criticou o que classificou como "generalização do conceito de segurança nacional", "abuso dos controlos de exportação e da jurisdição extraterritorial" e a "repressão maliciosa contra a China".
"O comportamento das autoridades taiwanesas apenas prejudicará e destruirá Taiwan", acrescentou o porta-voz.
Na mais recente atualização da lista de entidades da Administração de Comércio Internacional de Taiwan, publicada no fim de semana, figuram agora a Huawei, a SMIC e várias subsidiárias destas empresas, tanto chinesas como estrangeiras.
As novas regras obrigam as empresas taiwanesas a obterem autorização expressa de Taipé antes de poderem vender produtos ou tecnologia a essas companhias.
De acordo com a agência Bloomberg, as restrições vão limitar, pelo menos parcialmente, o acesso da Huawei e da SMIC a materiais e tecnologia taiwaneses relacionados com a produção de semicondutores para inteligência artificial (IA) e com a construção de fábricas do setor.
Taiwan alberga a TSMC, líder global na produção de semicondutores, uma tecnologia considerada crítica para a estratégia de autossuficiência tecnológica da China, que ainda depende de terceiros para aceder às tecnologias mais avançadas.
Embora Taipé já proíba há anos a exportação para a China de equipamento essencial para a produção de 'chips', como as máquinas de litografia, esta é a primeira vez que inclui empresas tecnológicas chinesas de grande dimensão no referido regime de controlo.
A TSMC --- fornecedora chave de empresas como a Apple ou Nvidia --- já tinha, de resto, suspendido em 2020 o fornecimento à Huawei na sequência das sanções impostas por Washington.
A decisão surge num momento de agravamento das tensões entre a China e Taiwan, ilha que funciona como entidade política soberana desde 1949, mas que Pequim considera que deve regressar à soberania chinesa.
Leia Também: Número de mortos sobe para nove após explosão em fábrica na China