Polícia pede indiciamento de Bolsonaro em caso sobre espionagem ilegal

A polícia brasileira pediu esta terça-feira o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais de 30 pessoas citadas numa investigação sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência para espionar adversários e disseminar informações falsas sobre o sistema eleitoral. 

Former Brazilian President Bolsonaro during trial in Brasilia

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Lusa
17/06/2025 16:21 ‧ há 4 horas por Lusa

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Num comunicado, a autoridade policial informou que "concluiu o inquérito que apura a existência de uma alegada organização criminosa dedicada ao monitoramento ilegal de autoridades públicas e à produção de notícias falsas, utilizando-se de sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), no caso que ficou conhecido como Abin Paralela".

 

Além do ex-presidente, a autoridade policial brasileira pediu o indiciamento do vereador Carlos Bolsonaro, do deputado federal Alexandre Ramagem, que chefiou o órgão na administração anterior, e também o atual diretor da Abin, Luis Fernando Corrêa, por obstrução da Justiça.

O relatório final foi encaminhado para o Supremo Tribunal Federal (STF) e o procedimento segue em tramitação sob sigilo.

Jair Bolsonaro, Ramagem e Corrêa ainda não se pronunciaram.

Já Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente, afirmou nas redes sociais que o pedido de indiciamento contra si seria um ato político relacionado com as eleições de 2026.

"Alguém tinha alguma dúvida que a Polícia Federal do Lula (uma referência ao atual Presidente brasileiro) faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência!", escreveu Carlos Bolsonaro na rede social X.

Um relatório da Polícia Federal divulgado em julho de 2024 sobre o caso indicou haver indícios de que ocorreram ações de espionagem ilegal contra parlamentares aliados e adversários do ex-presidente Bolsonaro, contra juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) e jornalistas.

O escândalo de espionagem eclodiu em outubro de 2023 quando a primeira operação policial ligada a este caso resultou na prisão de dois funcionários da Abin suspeitos de terem utilizado ilegalmente o 'spyware' israelita FirstMile.

Adquirido pelo Governo brasileiro no final de 2018, pouco antes de Bolsonaro chegar ao poder, este 'software' permite a geolocalização de indivíduos através do sinal emitido pelos seus telemóveis.

Através desta ferramenta de espionagem, os dados dos alegados alvos espionados ilegalmente a pedido do ex-governante e do seu grupo político teriam sido coletados de telemóveis e antenas para conseguir identificar o último local conhecido em que estiveram.

Com a entrega do pedido de indiciamento de Bolsonaro e os outros envolvidos, cabe agora a Procuradoria-Geral da República (PGR) brasileira analisar os dados levantados na investigação para decidir se apresentará ou não uma acusação formal contra os envolvidos junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Leia Também: Ex-ministro detido por tentar obter passaporte para delator de Bolsonaro

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