O porta-voz dos serviços de emergência de Gaza, Mahmoud Bassal, disse que pelo menos 53 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas, quando milhares de palestinianos se reuniram perto de um centro de ajuda humanitária gerido pela organização não-governamental (ONG) World Central Kitchen.
"Drones israelitas dispararam contra pessoas. Poucos minutos depois, tanques israelitas dispararam vários projéteis", sublinhou à agência France-Presse (AFP), que acrescentou que pelas restrições impostas aos jornalistas no enclave palestiniano e as dificuldades de acesso ao local não pode verificar de forma independente o número de mortos e as informações fornecidas pela Defesa Civil.
O Exército israelita disse que os soldados avistaram um aglomerado perto de um camião de ajuda humanitária que estava parado em Khan Younis, perto do local onde as forças israelitas operavam, reconhecendo "várias baixas" quando os israelitas abriram fogo sobre a multidão que se aproximava e garantindo que as autoridades iriam investigar o sucedido.
Testemunhas no território palestiniano disseram à agência Associated Press (AP) que as forças israelitas realizaram um ataque aéreo a uma casa próxima, antes de abrirem fogo sobre a multidão na cidade de Khan Younis, no sul do país.
O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) referiu, por sua vez, que as pessoas que foram mortas aguardavam a chegada de rações alimentares nas caravanas humanitárias da ONU.
De acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, que condenou "um massacre terrível", o ataque causou "51 mártires e mais de 200 feridos", em Khan Younis.
Os ataques aéreos israelitas continuaram hoje e causaram mortos noutras partes do enclave.
O Hospital Al-Awda, um importante centro médico no norte de Gaza, informou ter recebido os corpos de oito palestinianos mortos num ataque israelita a uma casa no campo de refugiados de Bureij, no centro da cidade.
De acordo com a Defesa Civil, outras quatro pessoas foram também mortas pelo Exército israelita perto de Rafah.
Também hoje, a principal agência reguladora de telecomunicações palestiniana, sediada na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, informou que os ataques israelitas interromperam o serviço de telefone fixo e o acesso à Internet no centro e sul de Gaza.
Os especialistas alertam para a fome no território que alberga cerca de dois milhões de palestinianos.
A guerra na Faixa de Gaza foi iniciada em 07 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em solo israelita, fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 55 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
As negociações entre as partes, mediadas pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, têm sido inconclusivas desde que Israel quebrou o cessar-fogo em vigor no final de março.
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