"No conflito na Ucrânia, nenhum dos lados conseguirá atingir seus objetivos pela via militar. Só o diálogo entre as partes pode conduzir a um cessar-fogo e pavimentar o caminho para uma paz duradoura", disse o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, aos líderes do G7 reunidos em Kananaskis, no Canadá.
"Em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra (....) Os recentes ataques de Israel ao Irão ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis. Não subestimo a magnitude da tarefa de debelar todas essas ameaças, mas é patente que o vácuo de liderança agrava esse quadro", acrescentou.
Num breve discurso, Lula da Silva afirmou que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, precisa liderar "um grupo representativo de países comprometidos com a paz na tarefa de restituir à organização a prerrogativa de ser a casa do entendimento e do diálogo".
Os membros do G7 - Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá - reúnem-se anualmente para discutir questões económicas e geopolíticas mundiais.
O Presidente brasileiro participou do evento a convite do Canadá, país anfitrião da reunião deste ano, que acontece numa semana em que os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio se tornaram mais letais.
À margem da cimeira, Lula da Silva e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, também abordaram as relações comerciais entre os dois países.
Pelo menos 14 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas em Kiev durante a última noite, num ataque lançado pela Rússia com 440 'drones' e 32 mísseis, causando também mais de 100 feridos, de acordo com o Governo ucraniano.
Além disso, Israel e Irão se atacam mutuamente depois de uma primeira ofensiva israelita sobre instalações do programa nuclear iraniano, na madrugada da última sexta-feira, e sucessivos ataques retaliatórios de Teerão com mísseis contra cidades em Israel.
O G7 concluiu nesta terça-feira a 51.ª cimeira com uma série de sessões em que além de Lula de Silva foram convidados para participar e discursar os presidentes Volodymyr Zelensky (Ucrânia), Cláudia Sheinbaum (México), Anthony Albanese (Austrália), Lee Jae-myung (Coreia do Sul), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Narendra Modi (Primeiro-ministro da Índia).
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