O chefe de Estado salientou que os recentes ataques ao Irão "ameaçam uma perigosa escalada de tensões, na minha região e fora dela".
"Com a expansão da ofensiva de Israel para incluir o Irão, não se sabe onde vão parar as fronteiras deste campo de batalha", referiu ainda o monarca jordano, perante os eurodeputados reunidos em sessão plenária, em Estrasburgo (França), acrescentando ainda que "isto, meus amigos, é uma ameaça para as pessoas em todo o lado".
Em relação à situação humanitária na Faixa de Gaza, Abdullah II considerou que "desafia o direito internacional, as normas morais e os nossos valores comuns. E estamos a assistir a transgressão após transgressão na Cisjordânia, com a situação a agravar-se de dia para dia".
Por seu lado, a presidente do PE, Roberta Metsola, referiu que o papel da Jordânia - país que faz fronteira com Israel, Líbano, Síria, Iraque e Arábia Saudita, sendo ainda geograficamente próximo do Egito -, se tornou ainda mais vital para a região nomeadamente pelo "empenho na estabilidade e na paz no Médio Oriente".
"Apreciamos os esforços cruciais da Jordânia na redução das tensões regionais, na promoção de um cessar-fogo em Gaza, em tudo o que tem feito pelos doentes, na necessidade do regresso dos reféns, por facilitar tanta ajuda humanitária urgentemente necessária àqueles que dela tanto precisam, e pelo seu apoio inabalável aos refugiados palestinianos e sírios e a uma solução de dois Estados como caminho para uma paz duradoura", acrescentou.
O PE agendou para hoje à tarde um debate de urgência sobre a situação no Médio Oriente com a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas.
A guerra entre Israel e o Irão, desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas que visaram instalações militares e nucleares iranianas, causou já mais de 100 mortos e 800 feridos no Irão, entre lideranças militares, cientistas e civis.
Entre os mortos, contam-se pelo menos oito oficiais superiores, incluindo o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o comandante-chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.
Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão e atingiram as centrais de enriquecimento de urânio de Fordow e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares.
O Irão retaliou com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém, que fizeram pelo menos 13 mortos e 150 feridos.
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