Escolas da Guiné-Bissau recebem primeiros manuais escolares

As crianças da Guiné-Bissau têm, pela primeira vez, manuais para aprender e os professores guias para ensinarem, acompanhados de uma reforma curricular que promete mudar as salas de aulas das escolas públicas.

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Lusa
21/06/2025 09:14 ‧ há 7 horas por Lusa

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Guiné-Bissau

"São os primeiros manuais", enfatizou à Lusa Jorge Sanca, diretor da escola de Cadjens, no setor de Bula, com 376 alunos, do jardim-de-infância até ao nono ano.

 

O material continua a ser guardado nas caixas em que chegou recentemente, mas a utilidade do mesmo já pode ser observada nas salas de aulas do primeiro ao quarto ano, como constatou a reportagem da Lusa.

As escolas públicas do primeiro ciclo foram as primeiras contempladas pelo projeto Reforma Curricular do Ensino Básico da Guiné-Bissau (RECEB) com a impressão de 220 mil manuais e cadernos de atividades e sete mil guias para professores, além de outros materiais, como 'tablets' e carregadores solares.

O projeto começou há dez anos e envolve o Governo guineense, o Banco Mundial, a Fundação Gulbenkian e a Universidade do Minho, em Portugal, para a reforma do ensino num país onde 45% da população adulta é analfabeta.

Uma década depois, os resultados chegaram às escolas e na de Cadjens o diretor contou à Lusa o que mudou, a começar pela renovação do currículo escolar.

O ensino do primeiro ciclo tem mudança nas disciplinas que passam agora a ser Expressão, Matemática, Língua Portuguesa, Meio Físico e Social e Cidadania.

Os 20 professores que o Ministério da Educação guineense envia de Bissau para aquela escola tiveram formação e cada um tem um guia que usa para lecionar.

O diretor acredita que "vai mudar muito, porque o ensino era muito deficitário por falta de materiais. Agora, com esse apoio, com esses materiais, vai ajudar as crianças".

"Dantes, por exemplo, na Língua Portuguesa ensinava Gramática mas primeiro era a oralidade, agora os alunos estão vendo imagens, já começam a falar, criar oralidade, depois escrita. Isso vai ajudar muito", exemplificou.

No português, na matemática ou noutra disciplina, o facto de terem algo que permita ver a realidade do que se fala, "facilita a aprendizagem das crianças", acredita o diretor.

As crianças, acrescentou, aprendem observando e o facto de terem o apoio dos manuais, nomeadamente das gravuras, "ajuda muito".

"Antes era difícil, porque não havia manuais. O professor é que fazia tudo, a sua arte para poder ensinar. Agora, com esses manuais, vai ser mais fácil o professor trabalhar", contou.

Os guias para os docentes ajudam porque servem de orientação, dão toda a explicação de "como introduzir uma matéria, como vai desenvolver, como vai avaliar".

De acordo com informação disponibilizada pela Universidade do Minho, antes da pandemia da covid 19, foi iniciado o processo de alargamento da reforma ao segundo ciclo, mas "limitações orçamentais fizeram com que só agora fosse possível pensar em retomar o processo".

Mais recentemente, foram elaborados materiais para a educação pré-escolar e para a educação acelerada, uma inovação no país, destinada a quem não fez o 1.º e o 2.º ciclos obrigatórios na idade normal, segundo  fonte.

Estes materiais estão a ser testados em algumas pré-escolas e escolas de diversas regiões do país e, em paralelo, têm decorrido cursos de formação para educadores de infância e para professores daqueles ciclos.

Leia Também: Guiné-Bissau obteve 3,48 milhões com venda de créditos de carbono 

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