O mundo acordou, este domingo, com a notícia de que os Estados Unidos tinham atacado três instalações nucleares do Irão, juntando-se assim diretamente aos ataques israelitas. Em causa está a missão denominada 'Operation Midnight Hammer' (Operação Martelo da Meia-Noite), que durou apenas 25 minutos. Eis o que se sabe sobre o ataque.
Numa conferência de imprensa conjunta, no Pentágono, Pete Hegseth, secretário da Defesa norte-americano e o chefe do Estado-Maior do Exército dos Estados Unidos, Dan Caine, explicaram que a missão visou bombardeamentos a três grandes instalações do programa nuclear iraniano e não encontrou resistência iranian.
Segundo revelou o Dan Caine, a operação envolveu sobretudo sete bombardeiros furtivos B-2, diretamente responsáveis pelo ataque às instalações de Natanz, Isfahan e, sobretudo, Fordo, que foi atingida pelas bombas de alta penetração 'Massive Ordnance Penetrator' (MOP GBU-57), na primeira utilização operacional deste tipo de armamento em combate.
A operação envolveu mais de 125 aviões e uma manobra de dissimulação que colocou bombardeiros sobre o Pacífico como "isco", segundo o general.
A missão, que partiu de uma base no Missouri, foi a mais longa realizada por bombardeiros B-2 desde os ataques de 11 de setembro de 2001, acrescentou Caine.
De acordo com fontes do Pentágono, o bombardeamento foi efetuado em Fordo, o coração do processo de enriquecimento de urânio do Irão, sob uma montanha blindada. Os bombardeiros B-2 podem transportar e lançar bombas anti-bunker GBU-57, que pesam mais de 13 toneladas. Foram ainda disparados mais de 24 mísseis de cruzeiro Tomahawk a partir de um submarino.
© U.S. Department of Defense/Handout via REUTERS
Os ataques, segundo informaram, duraram apenas 25 minutos, embora tenham sido preparados ao longo de "meses".
"Foi tudo feito com o mínimo de comunicações. É este tipo de integração que as nossas forças conseguem melhor do que ninguém no mundo", salientou o general Dean Caine, depois de enumerar os vários aviões e equipamentos recrutados para esta missão.
O general adiantou que não tem conhecimento da existência de tiros disparados contra as forças norte-americanas, uma prova do secretismo e sigilo da operação.
"Depois dos ataques, a força saiu do espaço aéreo iraniano. Não temos conhecimento de tiros disparados no regresso. Os jatos iranianos não voaram e parece que o sistema de mísseis não nos viu. Ao longo da operação, mantivemos o elemento surpresa", sustentou.
Os Estados Unidos entraram no sábado na guerra de Israel contra o Irão, enquanto o presidente Donald Trump ameaçou o regime de Teerão com mais ataques se "a paz não chegar rapidamente".
O chefe de Estado, que apelidou o Irão de "rufia do Médio Oriente", advertiu ainda que Teerão terá, agora, de escolher entre "paz ou tragédia". Caso contrário, "os futuros ataques serão muito maiores e muito mais fáceis", assegurou.
O Irão, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, assegurou que os "acontecimentos desta manhã terão consequências eternas".
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