"Os Estados Unidos têm acumulado, há muito tempo, pagamentos em atraso das suas contribuições como membro da UNESCO", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Guo Jiakun, lamentando o novo anúncio de retirada feito por Washington esta semana.
"A China sempre apoiou firmemente o trabalho da UNESCO", sublinhou Guo, destacando a missão da organização em "promover a cooperação internacional em educação, ciência e cultura, fortalecer o entendimento entre civilizações e salvaguardar a paz mundial".
No contexto das comemorações do 80.º aniversário da fundação das Nações Unidas, o diplomata apelou a todos os países para que "reafirmem o seu compromisso com o multilateralismo" e apoiem um sistema internacional com a ONU no centro, "baseado no direito internacional e nos princípios da Carta das Nações Unidas".
O Governo de Donald Trump anunciou que os EUA abandonarão formalmente a UNESCO a 31 de dezembro de 2026, alegando que a permanência na organização "já não serve os interesses nacionais". Washington acusa a agência de promover uma "agenda globalista" e critica a decisão de aceitar a Palestina como Estado-membro.
A República Popular da China é membro da UNESCO desde 1971, ano da sua entrada na ONU, e ocupa atualmente um assento no Conselho Executivo da agência (2021--2025).
Nos últimos anos, a China tornou-se um dos principais contribuintes financeiros da UNESCO e acolhe vários centros ligados à organização, nas áreas da educação, património e ciência.
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