Tratores para transporte só onde não se pode construir estradas em Moçambique

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, afirmou hoje que a aquisição de tratores com atrelados para transporte público é uma alternativa apenas para zonas de difícil acesso no país, onde não é possível construir estradas.

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Lusa
26/07/2025 21:25 ‧ há 9 horas por Lusa

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"São meios adequados para as zonas rurais, onde as populações estão a pedir", disse o chefe de Estado, ao concluir uma visita de três dias à província da Zambézia, centro do país, onde recebeu o apelo da população para receber estas viaturas, depois de vários dias de controvérsia em torno desta solução.

 

"O problema é que há sítios que mesmo tenha recursos para construir estradas não vai ter como construir, a não ser que tenha bilhões e bilhões de dólares (...) Na província da Zambézia temos zonas que só se produz arroz, e zonas de produção de arroz são completamente alagadas. Mesmo que tenha recursos, não tem como fazer estrada", apontou Daniel Chapo, reconhecendo que "quem sente a falta daquele meio é exatamente o produtor, que está na zona rural".

Daí que o recurso a tratores com atrelados, disse, seja apenas para zonas de difícil acesso, as mesmas onde atualmente os órgãos do Estado, "para fazer chegar medicamentos" ou exames escolares, também têm de recorrer ao este meio: "Não são meios de transporte para os munícipes, para o asfalto ou para zonas onde é possível fazer estrada".

As autoridades moçambicanas vão entregar cem tratores adaptados com atrelados para transporte de passageiros nas zonas rurais com vias degradadas, para minimizar as dificuldades de mobilidade, com os primeiros 12 distribuídos já este mês em Cabo Delgado.

De acordo com o presidente do conselho de administração do Fundo de Desenvolvimento dos Transportes e Comunicações (FTC), Paulo Ricardo, estes tratores são veículos com "condições criadas para o transporte" com "conforto".

"Foi mesmo adaptada para esta realidade", afirmou o presidente o administrador, durante a cerimónia de entrega das viaturas, naquela província do norte de Moçambique.

As cabinas destes tratores adaptados foram preparadas para proteger os passageiros do calor, da poeira e das chuvas, incluindo assentos acolchoados e barreiras de proteção, detalhou, admitindo que nem todos os distritos vão necessitar deste tipo de solução de transporte.

A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, oposição) classificou em 18 de julho como uma "vergonha nacional" a solução do Governo, de fornecer cem tratores modificados com atrelados para garantir a mobilidade nas zonas rurais, 50 anos depois da proclamação da independência.

"Meio século de soberania, de promessas, de discursos e de esperanças renovadas a cada eleição. Mas a realidade continua a ser profundamente dececionante", lê-se numa mensagem divulgada pela Renamo.

O Governo moçambicano pretende comprar 390 autocarros para reforçar o transporte público urbano e rural no país, sendo perto de metade movidos a gás natural, segundo informação do concurso público noticiado em março deste ano pela Lusa.

O concurso público lançado pelo FTC, aberto até 25 de março, estabelece o fornecimento de autocarros para o transporte urbano e de veículos mistos típicos para o transporte rural, por lotes.

O primeiro lote envolve a aquisição de 100 autocarros de grande porte, movidos a Gás Natural Veicular (GNV), para a Área Metropolitana de Maputo, e o segundo lote prevê a compra de 50 autocarros de médio porte, igualmente a GNV para a capital moçambicana.

O terceiro lote prevê 100 autocarros de médio porte movidos a diesel "destinados às províncias", o quarto lote mais 100 "veículos típicos para transporte público nas zonas rurais" e o quinto lote 40 autocarros para transporte de funcionários das instituições públicas do país.

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