Autoridades de Gaza acusam Israel de matar pelo menos 30 civis

As autoridades de Gaza, controladas pelo movimento palestiniano Hamas, afirmaram hoje que disparos de forças israelitas fizeram pelo menos 30 mortos num ponto de ajuda humanitária.

Imagens drone destruição Faixa de Gaza

© REUTERS/Mahmoud Al-Basos

Lusa
30/07/2025 21:20 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

Fonte oficial das Forças de Defesa de Israel (FDI, sigla em inglês) rejeitou à AFP a acusação, afirmando que "não tinha conhecimento de qualquer vítima resultante de disparos do exército".

 

"Esta manhã, dezenas de residentes de Gaza foram vistos reunidos em torno de camiões de ajuda humanitária no norte de Gaza, nas imediações das tropas do exército israelita que operam na área", explicou o exército.

"Os soldados dispararam tiros de aviso na área, sem visar o grupo, em resposta à ameaça que representavam. De acordo com uma investigação inicial, o exército israelita não tem conhecimento de qualquer vítima resultante dos disparos", acrescentaram as FDI.

"Os detalhes do incidente ainda estão sob análise" e "o exército israelita certamente não visa intencionalmente os camiões de ajuda humanitária", referiu ainda.

Mahmoud Basal, porta-voz da Proteção Civil na Faixa de Gaza, enviou uma mensagem à imprensa, dizendo que as vítimas que chegaram aos hospitais são "apenas uma parte" das registadas no incidente, acrescentando que o acesso ao local do incidente é muito difícil.

A partir do Hospital Al Ahli, em Gaza, Basal disse que as instalações médicas estão sobrecarregadas e que as equipas médicas não têm capacidade para atender os feridos.

Segundo a EFE, que cita fontes médicas, o incidente teve lugar no posto militar de Zikim, a única passagem fronteiriça operacional no norte da Faixa de Gaza para a entrada de camiões de ajuda.

Os disparos terão sido registados durante as chamadas "pausas táticas" que o Exército israelita tinha anunciado no passado domingo, durante as quais garantiu que não iria atacar certos pontos do enclave palestiniano para facilitar a entrada e a distribuição de ajuda.

A agência AP, também citando o Hospital Shifa, afirma que o número de vítimas mortais ascende a pelo menos 37, sublinhando que não está determinado quem abriu fogo.

As autoridades de Gaza atribuíram a Israel também disparos que terão matado pelo menos 46 palestinianos durante a noite e durante o dia de hoje.

Esta semana, Israel instituiu pausas diárias nas operações militares em certas zonas da Faixa de Gaza e abriu rotas seguras para permitir que agências das Nações Unidas e outras organizações humanitárias distribuíssem alimentos neste território com mais de dois milhões de habitantes.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou hoje "essencial" que seja garantido um fluxo contínuo de ajuda médica para a Faixa de Gaza, quando os camiões da organização se dirigem para a fronteira.

Tedros Adhanom Ghebreyesus declarou, a este respeito, que a OMS, uma agência da ONU com sede em Genebra, acabara de enviar dez camiões para o posto fronteiriço israelita de Kerem Shalom.

Esses veículos partiram de El-Arish, no Egito, carregados com "medicamentos essenciais, material de laboratório e de análise da água", precisou o responsável.

Outros dois camiões com ajuda médica, bem como 12 paletes de produtos sanguíneos, deverão juntar-se na quinta-feira.

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo grupo extremista palestiniano Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A retaliação de Israel já provocou mais de 60 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

Israel também impôs um bloqueio à entrega de ajuda humanitária no enclave, onde mais de 140 pessoas já morreram de desnutrição e fome, a maioria crianças.

[Notícia atualizada às 23h12]

Leia Também: É essencial fluxo contínuo de ajuda médica em Gaza, diz OMS

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