O anúncio da Casa Branca, na quinta-feira à noite (hoje em Lisboa), indica que o Canadá não fez "mais para prender, apreender, deter ou intercetar traficantes, criminosos em liberdade e drogas ilícitas".
Trump tem criticado há vários meses o Canadá, tendo ameaçado impor uma tarifa mais alta ao país se nenhum pacto fosse alcançado até esta sexta-feira, prazo que estabeleceu para chegar a acordos comerciais com dezenas de países.
Na quinta-feira, o governante afirmou que a intenção canadiana de reconhecer um Estado palestiniano torna "muito difícil" para os Estados Unidos chegar a um acordo comercial com o país vizinho.
O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, indicou que Otava só concordaria com um acordo "se houvesse um em cima da mesa que fosse do melhor interesse dos canadianos".
Numa declaração divulgada hoje, Carney disse estar desiludido com as ações de Donald Trump e prometeu diversificar as exportações canadianas.
"O Canadá é responsável por apenas 1% das importações de fentanil dos EUA e tem trabalhado intensamente para reduzir ainda mais esses volumes", disse o dirigente, apontando para os pesados investimentos em segurança fronteiriça.
Carney acrescentou que algumas indústrias - incluindo madeira, aço, alumínio e automóveis - serão mais afetadas, mas disse que o Governo vai tentar minimizar o impacto e proteger os empregos dos canadianos.
O Canadá não foi incluído na lista atualizada de tarifas alfandegárias de Trump sobre outros países, anunciada na quinta-feira à noite. Essas tarifas aduaneiras deverão entrar em vigor na próxima quinta-feira, dia 7 de agosto.
O Presidente norte-americano enviou uma carta ao Canadá há algumas semanas, a avisar que planeava aumentar as tarifas sobre muitos produtos importados daquele país para 35% e aprofundando a divisão entre os dois vizinhos.
Algumas importações do Canadá ainda estão protegidas pelo Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) de 2020, que vai ser renegociado no próximo ano.
Donald Trump anunciou na quinta-feira um período de negociação de 90 dias com o México, após uma conversa com a líder do país, Claudia Sheinbaum, mantendo as taxas alfandegárias de 25% em vigor.
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