Três britânicos acusados de apoiar a organização proibida Palestine Action

Três pessoas foram acusadas no Reino Unido por expressarem o seu apoio ao grupo pró-palestiniano Palestine Action, classificado pelo Governo como "terrorista" desde o início de julho, anunciou hoje a polícia britânica.

Bandeira, Palestina, Reino Unido,

© Dan Kitwood/Getty Images

Lusa
07/08/2025 14:53 ‧ há 3 dias por Lusa

Mundo

Reino Unido

O anúncio foi feito dois dias antes de uma manifestação prevista para sábado em Londres para protestar contra a proibição da organização.

 

Estas são as primeiras acusações associadas ao apoio público do movimento pró-palestiniano na Inglaterra e no País de Gales, de acordo com a polícia de Londres.

Jeremy Shippam, 71 anos, Judit Murray, 71, e Fiona Maclean, 53, foram detidos a 05 de julho durante uma manifestação na capital britânica em apoio ao grupo e devem comparecer no tribunal de Westminster, em Londres, a 16 de setembro.

Os três acusados podem ser condenados a uma pena máxima de seis meses de prisão e/ou a uma multa de até 5.000 libras (cerca de 5.700 euros, ao câmbio atual).

A polícia anunciou que tenciona enviar ao Ministério Público os processos de outras 26 pessoas detidas no mesmo dia.

"Qualquer pessoa que demonstre publicamente o seu apoio à Palestine Action, organização proibida, comete uma infração ao abrigo da lei antiterrorista e está sujeita a ser detida e, como mostram estas acusações, a ser alvo de uma investigação", afirmou o comandante da unidade antiterrorista da polícia de Londres, Dominic Murphy.

No início de julho, o grupo Palestine Action foi adicionado pelo Governo britânico à lista de organizações consideradas "terroristas" no Reino Unido, após atos de vandalismo perpetrados por militantes, nomeadamente numa base da Força Aérea em Inglaterra.

A medida de proibição é atualmente objeto de uma ação judicial, movida por Huda Ammori, cofundadora em 2020 deste grupo que se apresentava como uma "rede de ação direta" com o objetivo de denunciar "a cumplicidade britânica" com o Estado de Israel, em particular na questão da venda de armas.

O grupo Defend Our Juries organiza regularmente manifestações no país para protestar contra esta proibição, que foi considerada "desproporcionada" pela ONU.

Segundo Tim Crosland, representante do grupo Defend Our Juries, até à data, mais de 200 pessoas foram detidas no âmbito destas manifestações de apoio.

Uma nova manifestação está prevista para sábado em Londres, onde os organizadores esperam pelo menos 500 pessoas. A polícia avisou os participantes que serão detidos.

"Recomendo vivamente a qualquer pessoa que pretenda ir a Londres este fim de semana para manifestar o seu apoio à Palestine Action que reflita sobre as potenciais consequências penais dos seus atos", alertou Dominic Murphy, da Polícia Metropolitana.

Exibir um sinal de apoio a uma organização classificada como "terrorista" pode valer até seis meses de prisão, mas pertencer a tal organização ou incitar ao seu apoio pode envolver uma punição até 14 anos de prisão.

Cerca de 50 personalidades e professores universitários, incluindo duas reconhecidas ativistas feministas de esquerda, Naomi Klein e Angela Davis, assinaram hoje uma carta publicada no jornal The Guardian para pedir ao Governo britânico que revogue a proibição.

Leia Também: Peritos humanitários exigem acesso das agências da ONU a Gaza

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