"A política ofensiva em relação aos direitos humanos na Coreia do Norte, que se concentrou na divulgação e na crítica, parece ter tido pouco efeito na melhoria efetiva dos direitos do povo norte-coreano", referiu o responsável, confirmaram fontes do ministério à agência de noticias EFE.
O Ministério da Unificação é um órgão do governo sul-coreano, que tem como objetivo a reunificação da Coreia, destacando que foi estabelecido em 1969 como Conselho Nacional da Unificação, durante o governo de Park Chung-hee (1963-1979).
O responsável declarou que a decisão de manter a edição de 2025 do relatório anual exclusivamente para uso interno baseia-se numa avaliação do governo sul-coreano.
A decisão é uma mudança em relação aos últimos dois anos, quando o anterior governo conservador sul-coreano de Yoon Suk-yeol (2022-2025) decidiu publicar os relatórios online.
No governo liberal de Moon Jae-in (2017-2022), os documentos estavam preparados para uso interno, uma decisão que o atual presidente Lee Jae-myung irá retomar.
As Nações Unidas (ONU) emitiram relatórios públicos regulares sobre a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte.
A medida representa mais um gesto de abertura do governo do presidente Lee Jae-myung, que ocupou o cargo em junho, que nos últimos dias prometeu não procurar a unificação por absorção e sugeriu o retomar dos acordos militares inter-coreanos anteriores.
Em declarações publicadas hoje, o líder supremo da Coreia do Norte desde 2011, Kim Jong-un, é contra a sugestão militar e acusou Seul e Washington de demonstrarem a sua "vontade de iniciar uma guerra".
Para o líder supremo, essa vontade de guerra é demonstrada através dos exercícios militares conjuntos de verão de Seul e Washington, que começaram na segunda-feira.
Kim Jong-un prometeu ainda uma rápida expansão do arsenal nuclear durante uma visita a um navio de guerra.
Em resposta, o primeiro-ministro sul-coreano, Kim Min-seok, disse numa conferência de imprensa que o governo sul-coreano continuará a enviar "mensagens complexas" à Coreia do Norte, combinando exercícios defensivos com ofertas de paz.
Em junho de 2024, as Nações Unidas (ONU) denunciaram um cenário "profundamente alarmante" de "miséria, repressão, medo, fome e desesperança" na Coreia do Norte, onde assistir a uma série televisiva estrangeira "pode ser punível com a morte".
Num 'briefing' ao Conselho de Segurança da ONU sobre a situação dos direitos humanos na Coreia do Norte, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, alertou para a situação precária que se vive no país, que está a "aprisionar as pessoas num sofrimento absoluto".
"Hoje, a Coreia do Norte é um país isolado do mundo. Um ambiente sufocante e claustrofóbico, onde a vida é uma luta diária sem esperança", resumiu Volker Türk.
Leia Também: Coreia do Sul admite aumentar gastos com Defesa antes de cimeira com EUA