"Eles estão apenas à procura de um pretexto para impedir as negociações", afirmou Lavrov numa entrevista à emissora pública Rossya, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Lavrov também criticou a posição do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que "teima, impõe condições e exige, a qualquer custo, um encontro imediato" com o homólogo russo, Vladimir Putin.
Questionado sobre as ameaças dos "países ocidentais de sancionar a Rússia, se não houver negociações", Lavrov classificou-as como "uma tentativa de violar o processo iniciado pelos presidentes Putin e [Donald] Trump, que trouxe resultados muito bons".
"Esperamos que essas tentativas fracassem", acrescentou Lavrov, cuja entrevista foi divulgada no dia em que a Ucrânia comemora o 34.º aniversário da independência.
Os esforços de mediação de Trump culminaram com uma cimeira com Putin, em 15 de agosto, no Alasca, e com um encontro em Washington, três dias depois, com Zelensky e os aliados europeus da Ucrânia.
Apesar dos contactos, as posições dos dois campos parecem ainda irreconciliáveis.
A Rússia lançou uma ofensiva militar em grande escala na Ucrânia em fevereiro de 2022 e controla atualmente cerca de 20% do país vizinho, incluindo a Crimeia, península anexada em 2014.
Kiev recusa fazer concessões territoriais em eventuais negociações de paz e exige que sejam retomadas as fronteiras originais de 1991, quando se tornou independente, há 34 anos.
Enquanto Moscovo e Kiev se acusam mutuamente de bloquear a organização de uma eventual reunião entre os respetivos líderes, Trump disse na sexta-feira que decidirá em duas semanas uma posição sobre o conflito.
[Notícia atualizada às 12h35]
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