Corpo de São encontrado e Jair capturado. Eis a cronologia do crime

Depois de quase um mês de fuga, Jair Pereira, suspeito de matar Conceição Figueiredo, em Oliveira do Bairro, foi apanhado, no sábado à tarde, pela Guarda Nacional Republicana (GNR) numa casa abandonada na mesma cidade do distrito de Aveiro.

O alerta foi dado pela própria proprietária da casa, que "detetou indícios de que estava lá alguém e acionou a Polícia Judiciária", contou fonte da GNR ao Notícias ao Minuto.

A guarda acionou meios para uma "ocorrência de invasão de propriedade" e acabou por encontrar o suspeito de homicídio.

"Obsessão" após namoro

Jair, de 54 anos, e São, de 69, terão tido um curto namoro, no verão do ano passado. Poucos meses depois do início do relacionamento, a mulher terá colocado um ponto final no mesmo. Só que o homem, divorciado já duas vezes, não aceitou a decisão.

A partir daí, terá desenvolvido uma "obsessão" por São, que nem a distância - a mulher passou vários meses em França, com os filhos – 'arrefeceu'.

Quando São – como era carinhosamente tratada pelos amigos – voltou a Portugal, em abril, Jair voltou a persegui-la, como relataram várias testemunhas, entre as quais o irmão, mas ninguém esperava o desfecho trágico. Manuel Figueiredo, conhecido por 'Neca', garantiu que Conceição "foi raptada" e acusou Jair de a perseguir.

"Eles tiveram um caso, mas ela desistiu. E ele agora não a largava. Estava sempre a telefonar-lhe, mas ela via que era o Jair e não atendia. Ele perseguia-a", disse o irmão.

No domingo, 18 de maio, São foi com uma amiga a uma danceteria da freguesia da Palhaça. Pouco depois, Jair apareceu. O ex-casal acabou por dançar várias músicas, até que, saíram juntos do espaço.

Jair e São ainda foram vistos numa pastelaria da mesma freguesia da danceteria a lanchar, por volta das 19h30 de domingo. Testemunhas disseram que o casal aparentava estar bem.

Já durante a madrugada, Jair dirigiu-se a casa de uns vizinhos e pediu para estes cuidarem da mãe durante uns dias. Avisou que se ia ausentar durante dois ou três dias, por estar "desnorteado".

Em casa, deixou a carrinha e documentos. Quatro dias após o desaparecimento, deflagrou um fogo na garagem da sua moradia, consumindo parte do edifício.

Segundo o Correio da Manhã, Jair confessou ter sido o autor dos fogos durante chamadas telefónicas feitas a uma amiga. O objetivo era evitar que a família fosse herdeira do seu património. Nesses mesmos telefonemas, Jair terá confessado o assassinato de São.

"Fiz m****. Matei a São", terá afirmado, garantido que também se iria matar.

De acordo com o programa 'Linha Aberta,' da SIC, fonte policial indicou que o Jair Pereira sofrerá de um transtorno bipolar, um problema de foro mental para o qual tomava medicação.

Além disso, na semana antes do desaparecimento, Jair, que trabalhava na Junta de Freguesia de Oliveira do Bairro, tinha estado de baixa médica, tal como confirmou Rui Barqueiro, que integra o executivo.

De notar ainda que o programa avançou que o homem viveu dois casamentos falhados, o último, há quatro anos, com uma mulher venezuelana, que vive agora com medo e que terá sido vítima de violência doméstica. 

Corpo de São encontrado pela PJ em mata de Mortágua

Ao final da noite de dia 1 de junho, domingo, a Polícia Judiciária (PJ) encontrou o corpo de Conceição Figueiredo numa zona florestal de Mortágua, "no seguimento de intensas e ininterruptas buscas".

No dia seguinte, a CNN Portugal avançou que o cadáver tinha sinais de morte com golpes de faca.

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