No local, marcaram presença cerca de três dezenas de pais com o mesmo problema, com cartazes em que exigiam "respeito" pelos cidadãos portadores de deficiência.
Jorge Castro, o pai que hoje entrou em greve de fome, disse que não há vagas em CACI no distrito e que há uma extensa lista de espera, pelo que não tem perspetivas para a integração do filho no curto prazo.
"Até aqui, o que me tem valido é a boa vontade da escola, que tem autorizado que o meu filho ali continue, apesar de já ter 20 anos. Mas dentro de poucos meses isto já não vai ser legalmente possível, por causa da idade. E onde o vou deixar? Sozinho em casa não pode ficar. A única solução será ou eu ou a mãe deixarmos de trabalhar", referiu.
Segundo Jorge Castro, há instituições no distrito que têm projetos para aumentar a resposta em CACI, mas os processos estão "parados" na Segurança Social, presumivelmente por questões financeiras.
Por isso, enquanto não obtiver respostas "positivas" da Segurança Social e lhe for "humanamente possível", promete manter a greve de fome, para que o assunto não caia no esquecimento.
"Estou aqui não apenas pelo meu filho, mas por todas as crianças e jovens que vivem o mesmo drama", acrescentou.
Pouco depois do início do protesto, Jorge Castro foi chamado para uma reunião com o diretor da Segurança Social de Braga, mas saiu como entrou, com a certeza de que, pelo menos a curto prazo, não haveria soluções.
No protesto, marcou presença uma delegação do PCP, liderada por Sandra Cardoso, que adiantou que o partido vai levar o assunto à Assembleia da República, através de uma pergunta ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
"Queremos saber o porquê da falta de respostas em CACI para os jovens que deixam a escolaridade obrigatória e quais as perspetivas para a resolução do problema", referiu Sandra Cardoso, adiantando que a questão será apresentada ainda esta semana.
A Lusa questionou o Instituto da Segurança Social, mas ainda não obteve qualquer resposta.
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