O primeiro-ministro avisou hoje que o país vai ter de acreditar "na prioridade absoluta" que o Governo atribui à reforma do Estado se quer que o excesso de burocracia deixe de ser "um bloqueio ao crescimento da economia".
No encerramento da conferência "Economia Sem Fronteiras" do canal Now, que decorre num hotel em Lisboa, Luís Montenegro disse não querer adiantar já decisões concretas, mas pediu aos portugueses que acompanhem "o ímpeto" do executivo e não se deixem influenciar pelo "espírito das reações de contrarreforma".
"Nós vamos começar a simplificar procedimentos, nós vamos começar a eliminar fases que hoje constituem empecilhos do processo decisório na administração pública, isso vai pressupor maior rigor, transparência e responsabilização, mas também vai pressupor menos controlo prévio. É exatamente isto, e tem de ser dito assim literalmente", afirmou.
Montenegro deixou, neste ponto, um pedido aos portugueses.
"O país tem de acreditar nisto. Se o país quer mesmo uma reforma do Estado com resultado, tem de acreditar, não quer dizer que tem de acreditar em tudo o que o Governo diz, mas no objetivo, no pressuposto, tem de acreditar", apelou.
O primeiro-ministro defendeu que o país tem de acreditar, por exemplo, que o "excesso de pronúncias prévias, excesso de pareceres prévios, excesso de entidades a colaborar para a decisão, que não falam entre si, que falam só entre papéis, é objetivamente um bloqueio ao crescimento da economia".
"E sendo um bloqueio ao crescimento da economia, é um constrangimento para se pagarem melhores salários. E é um constrangimento para se reterem maiores recursos humanos, e melhores recursos humanos", frisou.
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