Na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro anunciou, entre várias decisões, que o executivo tomou "deliberações importantes" sobre a disciplina e o programa da educação para a cidadania, cujo detalhe remeteu para uma apresentação nos próximos dias do ministro da Educação.
Questionado se mexer nesta disciplina, bem como nas leis da imigração e nacionalidade, antes de completar um mês em funções indica que o Governo está a tomar decisões mais conotadas com a agenda ideológica da direita, o ministro recusou esse entendimento.
"Tudo isto é servir o programa do Governo, é isso que estamos a fazer: nós não seguimos, nós lideramos", afirmou.
Depois, Leitão Amaro questionou se outras medidas já anunciadas pelo executivo -- como a proposta de redução do IRS ou a proibição de telemóveis na escola para os mais novos -- também têm um cunho ideológico.
"Eu não quero usar aquela expressão que ficou famosa do 'habituem-se', não quero. Quero só dizer isto: foi por isso que nós viemos, foi por isso que nos escolheram, foi para liderar nas transformações", afirmou, dizendo que não adianta "tentarem condicionar" a ação do executivo PSD/CDS-PP.
O ministro da Presidência defendeu que todas as decisões tomadas pelo Governo têm como base "um mandato eleitoral" renovado a 18 de maio e considerou que a maturidade da democracia portuguesa já permite "ir além do simplismo".
"Falar do tema A é propriedade do nicho ideológico B, falar de outro tema é a propriedade do nicho ideológico C... (...) Sinceramente, eu acho que os portugueses têm vindo a responder, mas, sobretudo, a democracia e o debate democrático têm mostrado que as simplificações e categorizações perderam sentido, feitas dessa maneira", disse, questionando que agenda servem medidas como o acelerar de prazos na justiça ou uma nova estratégia para a cibersegurança.
Na perspetiva do ministro, o Governo tem apenas procurado responder com medidas concretas a "dificuldades e problemas" que existiam.
"Este Governo está a liderar a agenda política: as medidas de imigração, as medidas da nacionalidade, foram anunciadas aqui antes das eleições porque nós acreditávamos nelas (...) A nossa baia é o nosso programa de Governo que tem como base o nosso programa eleitoral", assegurou.
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