Em 2024, morreram 477 pessoas nas estradas portuguesas, o que representa uma diminuição face a 2019, ano definido pela Comissão Europeia como referência para efeitos da avaliação da evolução da sinistralidade rodoviária durante a presente década, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
Segundo o Relatório Anual de 2023 da Sinistralidade a 24h e Fiscalização Rodoviária, esta sexta-feira divulgado, pela ANSR, no ano passado, foram registados 38.037 acidentes com vítimas, 477 vítimas mortais, 2.756 feridos graves e 44.618 feridos leves no Continente e nas Regiões Autónomas.
Comparativamente a 2019 - ano de referência para monitorização das metas de redução do número de mortos e de feridos graves até 2030 fixadas pela Comissão Europeia e por Portugal – foram registadas menos 43 vítimas mortais, o que representa uma diminuição de 8,3%, e menos feridos leves, uma redução de 0,7%.
Contudo, ocorreram mais 786 acidentes, um aumento de 21,%, e mais 244 feridos graves, o que representa um aumento de 8,8%.
Menos mortos, mas mais acidentes e mais feridos graves comparativamente ao ano passado (no Continente)
Olhando apenas para o continente, no ano passado registaram-se 36.338 acidentes com vítimas, dos quais resultaram 463 vítimas mortais, 2.576 feridos graves e 42.683 feridos leves.
Face ao ano passado, estes dados dados representam uma diminuição de quatro vítimas mortais (-0,9%) e de 4,6% no índice de gravidade que reduziu de 1,34 para 1,27.
Contudo, registaram-se mais 1.364 acidentes, um aumento de 3,9%, mais 139 feridos graves, um aumento de 5,7%, e mais 1.625 feridos leves, mais 4,0%.
E comparativamente a 2014 (10 anos)?
Comparando com 2014, a ANSR revela que a tendência crescente foi visível nos acidentes, nos feridos graves e nos feridos leves. Ocorreram mais 5.734 acidentes (+18,7%), mais 424 feridos graves (19,7%) e mais 5.664 feridos leves (+15,3%).
No entanto, registou-se uma diminuição nas vítimas mortais, foram menos 19 (-3,9%), mas também no índice de gravidade (número de mortos por 100 acidentes com vítimas) de 19,1%, de 1,57 para 1,27.
Menos mortes também face a 2019
Os dados mostram ainda que, comparativamente a 2019, registaram-se diminuições nas vítimas mortais e nos feridos leves, com menos 11 vítimas mortais (-2,3%) e menos 519 feridos leves (-1,2%).
Mas o mesmo não aconteceu com os feridos graves e os acidentes - que aumentaram. Há registo de mais 275 feridos graves (+12,0%) e mais 634 acidentes (+1,8%).
O índice de gravidade registou uma diminuição de 4,0% de 1,33 para 1,27.
Colisão foi mais frequente. Aumentam mortes dentro de localidades
No que diz respeito à natureza do acidente, a colisão foi a mais frequente em 2024, correspondendo a 53,6% dos acidentes, 41,5% das vítimas mortais e 46,6% dos feridos graves. Os despistes, que representaram 33,0% do total de acidentes, foram responsáveis por 44,3% das vítimas mortais.
Além disso, o número de vítimas mortais dentro das localidades (253) foi superior ao apurado fora das localidades (210). O relatório aponta que comparativamente a 2019 e a 2023, o ano passado observou-se um aumento das vítimas mortais dentro das localidades (+11,9% e +14,5%, respetivamente), o que contrasta com a tendência decrescente fora das localidades (-15,3% face a 2019 e -14,6% face a 2023).
O relatório aponta ainda que, em 2024, 62,6% dos acidentes ocorreram em arruamentos, representando 32,4% das vítimas mortais (-4,5% e +11,1% em relação a 2019 e 2023, respetivamente) e 46,0% dos feridos graves.
Nas estradas nacionais ocorreram 19,9% dos acidentes, com 36,5% das vítimas mortais (+19,0% e +9,0% face a 2019 e 2023, respetivamente) e 30,2% dos feridos graves.
Já nas autoestradas, registou-se uma redução de 15 vítimas mortais e 23 feridos graves face a 2019. Em relação a 2023, houve menos duas vítimas mortais, mantendo-se o número de feridos graves igual.
Mais de metade das vítimas eram condutores
Relativamente à categoria de utente, e considerando as vítimas mortais, 73,2% do total correspondiam a condutores, enquanto 14,9% eram peões e 11,9% passageiros.
[Notícia atualizada às 09h17]
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