Pena máxima para português que matou 4 pessoas em casamento em Madrid

Micael da Silva Montoya atropelou mortalmente quatro pessoas na sequência de um rixa numa boda, nos arredores de Madrid, em novembro de 2022. Outras nove pessoas ficaram feridas.

Torrejón de Ardoz

© Jesus Hellin/Europa Press via Getty Images

Notícias ao Minuto
29/07/2025 23:54 ‧ ontem por Notícias ao Minuto

País

Espanha

Micael da Silva Montoya, o português que atropelou mortalmente quatro pessoas num casamento, em Torrejón de Ardoz, nos arredores de Madrid, Espanha, foi condenado, esta terça-feira, a "prisão permanente revisável".

 

O caso remonta a novembro de 2022, quando Micael da Silva Montoya, conhecido como 'El Portugués', atropelou 13 pessoas num casamento na sequência de uma alegada rixa no restaurante onde decorria a boda. Quatro pessoas morreram, incluindo um menor de 17 anos.

Segundo a ABC, o português foi condenado a "prisão permanente revisável" por dois crimes de homicídio e a 20 anos de prisão por outras duas acusações de homicídio

De sublinhar que, desde 2015, o Código Penal espanhol tem "prisão permanente revisável" como a pena mais severa, que pode traduzir-se, na prática, numa prisão perpétua.

Nestes casos, o condenado tem de cumprir um mínimo de 25 anos de prisão até poder pedir liberdade. Montoya terá de cumprir entre 35 e 40 anos até que o seu caso seja revisto judicialmente por se tratarem de crimes considerados muito graves.

Micael da Silva Montoya foi ainda condenado a 10 anos de prisão por oito acusações de tentativa de homicídio - ou seja, mais 80 anos de prisão - e três anos por um outro crime de tentativa de homicídio

A sentença foi proferida após o júri considerar a aplicação da pena máxima na Espanha e descartar os fatores atenuantes solicitados pela defesa. 

O Ministério Público tinha pedido uma pena de 226 anos de prisão: 25 anos de prisão por cada acusação de homicídio e 14 anos por cada acusação de tentativa de homicídio.

Recorde-se que, após ser detido, o português - que não foi convidado, mas apareceu na cerimónia com os filhos menores e sobrinhos - disse aos agentes que tinha acelerado contra a multidão por "medo" após ele e a família terem sido alvo de disparos. 

A versão foi desmentida pela Polícia Nacional espanhola, que disse, durante o julgamento, que não foram encontrados quaisquer invólucros de munições de arma de fogo no local.

Já no seu testemunho, apesar das declarações da polícia, o português reiterou que foi tomado pelo medo e tentou fugir dos convidados que, segundo alegou, o perseguiam.

"Queriam matar os meus filhos, os meus sobrinhos. [Gritavam], 'Portugueses, vamos matar-vos, caguei nos vossos mortos, vamos matar-vos'", disse, citado pela Telecinco.

O homem assegurou que buzinou para que as vítimas se afastassem, tendo dado conta de que estava agachado no momento do atropelamento, porque ouvia "pancadas e tiros".

O homem detalhou que fugiu do restaurante El Rancho de Torrejón para escapar a agressões contra si e o seu filho. Disse, ainda, ter visto um dos convidados com uma arma de fogo, e garantiu que um outro veículo tentou bloquear-lhe a marcha.

Português que atropelou 4 pessoas em Madrid diz que acelerou por

Português que atropelou 4 pessoas em Madrid diz que acelerou por "medo"

Micael da Silva Montoya, mais conhecido como 'El Portugués', disse diante do Tribunal Superior de Madrid que foi tomado pelo medo e tentou fugir dos convidados que, segundo alegou, o perseguiam.

Notícias ao Minuto com Lusa | 17:18 - 29/05/2025

Em tribunal, a mulher do português explicou que foi convidada, juntamente com os filhos, para ir à cerimónia e que foi o próprio pai do noivo que se deslocou a casa do pai dela para os convidar pessoalmente.

Segundo a própria, Micael da Silva Montoya foi à festa para cuidar de um dos seus filhos, que sofria de problemas mentais e o conflito terá começado quando uma pessoa atirou um copo à criança. 

A discussão no interior do restaurante continuou fora do espaço e, segundo o Ministério Público, o acusado dirigiu-se ao carro que tinha estacionado nas imediações e "acelerou o motor sabendo da presença das pessoas ali concentradas".

"Com total vontade de causar-lhes a morte ou assumindo a possibilidade de que isso acontecesse, atropelou várias delas", lê-se no documento.

O arguido fugiu do local após o atropelamento, mas foi detido horas mais tarde. Os dois filhos, que tinham então 16 e 17 anos e iam com o acusado no carro quando fugiu, foram entregues à mãe pelas autoridades.

No atropelamento morreram uma mulher de 66 anos, dois homens de 68 e 37 e um menor, de 17 anos, todos espanhóis.

Leia Também: Crianças que morreram em acidente em Espanha tinham ido visitar a avó

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