Um grupo de jovens, incluindo um menor, foi apanhado pela Polícia de Segurança Pública depois de meses de 'terror' em Oeiras, local onde "ameaçavam e intimidavam" estafetas.
Presente a primeiro interrogatório judicial, foi-lhes aplicada a medida de coação de prisão preventiva a quatro deles e apresentações diárias ao último. As idades dos suspeitos são entre 15 e 19 anos.
De acordo com um comunicado do Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (Cometlis), os jovens realizaram "dezenas de roubos a estafetas", situação que se prolongavam desde o final de fevereiro.
Segundo explicam as autoridades numa nota enviada ao Notícias ao Minuto, os jovens, atuavam "com elevado grau de premeditação". Os alvos eram estafetas de ao serviço de "plataformas eletrónicas de distribuição de refeições" e, segundo o Cometlis, os suspeitos "realizavam encomendas fictícias, com o objetivo de atrair os estafetas para zonas previamente escolhidas e com fraca iluminação pública."
"No momento da entrega, o grupo emboscava as vítimas, utilizando violência sob a forma de força física e causando-lhes lesões que, em muitos casos, obrigaram a cuidados médicos de urgência", detalha o Cometlis, acrescentando que nalgumas situações "os autores revestiam o crime de especial gravidade ao recorrerem a armas brancas para ameaçar e intimidar os estafetas, facilitando assim a subtração de bens."
A mesma fonte dá conta de que, durante a investigação, foi possível apurar que em várias situações os suspeitos "aguardavam que o estafeta concluísse a entrega para o surpreenderem no momento em que retomava a marcha, aproveitando o momento de vulnerabilidade da vítima."
E o que foi levado?
Para além da violência usada, os suspeitos levavam vários objetos de valor. "Foram roubadas quantias em dinheiro, telemóveis e os motociclos utilizados pelas vítimas para o exercício da atividade profissional", explica o Cometlis.
As autoridades notam ainda houve uma "pronta atuação dos polícias" que permitiu recuperar todos os motociclos, "no próprio dia ou nos dias imediatos à prática dos crimes."
"Durante os assaltos, alguns elementos do grupo ocultavam a sua identidade com recurso a balaclavas, denotando deliberada intenção de dificultar a sua identificação e associar-se a uma atuação organizada", acrescenta o Cometlis.
Os vários crimes acabaram por gerar "um clima de medo e insegurança junto da comunidade de estafetas, muitos dos quais manifestaram receio em continuar a atividade em determinadas zonas do concelho de Oeiras."
"Também a população local demonstrou crescente inquietação, uma vez que os roubos ocorriam em áreas residenciais, provocando alarme social e sentimento de insegurança", adianta ainda
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