Não foi só Marinhais: Associação aconselhou autarquias a contornar alerta

Festas de Marinhais não foram caso único no que toca à decisão de antecipar o fogo de artifício, no passado fim de semana, para contornar as restrições impostas pelo Governo. A recomendação para tal partiu da própria associação de pirotecnia.

Fogo de artifício ; pirotecnia ; Passagem de ano ; Festa

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Tomásia Sousa
05/08/2025 12:17 ‧ ontem por Tomásia Sousa

País

Incêndios

O caso das Festas de Marinhais - que anteciparam o fogo de artifício no passado fim de semana para 'escapar' às restrições impostas pela situação de alerta - gerou indignação no país inteiro, mas não é caso único. Contudo, sabe-se agora, a recomendação para o fazer partiu da própria Associação Portuguesa dos Industriais de Pirotecnia e Explosivos (APIPE).

 

Nas redes socais, a associação de pirotecnia alertou, no sábado, para o facto de a situação de alerta entrar em vigor às às 00h00 de domingo, dia 3 de agosto. Por isso, deixaram uma recomendação aos seus associados:

"Aconselhamos todos os colegas pirotécnicos a tentar antecipar os espetáculos desta noite para antes da hora de entrada em vigor do Alerta ou a negociar com os clientes o adiamento dos espetáculos para uma data posterior à existência deste alerta", pode ler-se na publicação.

O conselho rapidamente gerou contestação. "Que falta de respeito", "Estupidez" e "A vossa necessidade de lucros não pode sobrepor-se à segurança" são algumas das críticas apontadas nos comentários da publicação. 

Mas Marinhais não foi caso único no que toca a seguir aquela recomendação: conforme nota a SIC Notícias, há pelo menos mais três concelhos que fizeram o mesmo.

Aconteceu em Mirandela, por exemplo, onde a Câmara Municipal não quis cancelar o "espetáculo piromusical" e optou também por antecipá-lo para as 23h30, também meia hora antes do início da proibição.

A Câmara Municipal de Montalegre decidiu antecipar ainda mais o fogo de artifício da Festa do Senhor da Piedade. Aconteceu às 22h30 de sábado, uma hora e meia antes da entrada em vigor da situação de alerta.

Já em Guimarães, onde o fogo de artifício das Festas da Cidade e Gualterianas estava previsto para as 00h30, a sessão foi antecipada para as 23h30, meia hora antes de a situação de alerta colocar o país sob regras restritas.

Recorde-se que, no passado sábado, dia 2 de agosto, após ter sido anunciado pelo Governo de que o país entraria em "situação de alerta", a partir das 00h00 de domingo, organização das festas de Marinhais (vila em Salvaterra de Magos, no distrito de Santarém) anunciava a antecipação dos fogos de artifício, para fugir às proibições.

"Devido ao alerta vermelho emitido pelo Governo a partir da meia noite, a sessão de fogo de artifício será antecipada para as 23h30 de dia 2 de agosto", escreveu a comissão de festas no Facebook.

"Noção?" Marinhais antecipa fogo de artifício para fugir a proibições

A organização das festas da vila no distrito de Santarém antecipou em uma hora o lançamento do fogo de artifício (para as 23h30), devido à situação de alerta anunciada pelo Governo, que entrou em vigor à meia noite.

Carolina Pereira Soares | 10:15 - 03/08/2025

Já depois de o ter feito, a autarquia não demonstrou arrependimento quanto à decisão e negou mesmo as notícias que entretanto surgiram sobre o facto de ter havido cinco focos de incêndio no perímetro do lançamento do fogo de artifício em Marinhais, uma informação revelada à SIC pelo comando Sub Regional da Lezíria do Tejo.

Marinhais manteve fogo de artifício (e não se arrepende). Houve 5 focos

Marinhais manteve fogo de artifício (e não se arrepende). Houve 5 focos

"Se há pessoal a falar mal de ti é porque estás a fazer alguma m*** bem...", partilhou o autarca após as festas, sublinhando o "rigoroso cumprimento" das regras. A vice-presidente da Junta de Freguesia de Marinhais também é peremptória: "Não vamos deixar de fazer as festas desta maneira".

Tomásia Sousa | 15:10 - 04/08/2025

Sublinhe-se que a Associação Portuguesa dos Industriais de Pirotecnia e Explosivos (APIPE) calcula perdas de dois milhões de euros em cinco dias - no período em que esteve em vigor o alerta pela onda de calor e em que foram proibidos espetáculos pirotécnicos. Em declarações ao Jornal de Notícias, a associação acusa o Governo de "proibição cega" de utilização de fogo de artifício, mesmo quando os eventos que se realizam na água e em locais livres de risco, segundo os próprios.

Leia Também: Comissão de Festas de Marinhais: Focos de incêndio? "Não houve nenhum"

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