"Nós divulgamos as suas vidas, a sua luta pela sobrevivência e não teriam outra forma de sobreviver e de se alimentar se não fosse com os fundos que conseguimos recolher nas vigilias", disse à Lusa Patrícia Batista, do movimento Ocupy for Gaza, durante uma vigília em homenagem ao jornalista da estação do Qatar Al Jazeera Anas al-Sharif, morto no domingo num bombardeamento israelita em Gaza.
Cerca de meia centena de pessoas marcaram presença na vigília, que decorreu no Largo do Carmo, em Lisboa.
Os participantes bateram panelas e ouviram as últimas palavras de Al-Sharif, lidas por membros da organização. Além de Al-Sharif, foram mortos Mohammed Qreiqeh, Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal, Moamen Aliwa e Mohammad Al-Khaldi, quando se encontravam na tenda que ocupavam junto ao hospital Al Shifa, na cidade de Gaza.
Patrícia Batista indicou que as iniciativas ocorrem semanalmente há quase dois anos, sublinhando que é "importante não cruzar os braços face ao conflito no Médio Oriente" e amplificar o "movimento pela defesa da humanidade".
Durante a vigília, vários participantes disseram à Lusa ser preciso denunciar e parar "o genocídio na Palestina", sublinhando tratar-se também de uma luta "contra a opressão".
"É um crime contra a humanidade", afirmou Kumpaku Pogha, considerando que solidariedade com as vitimas do conflito é indispensável.
Já Sandra Miranda lembrou que cidadãos em todo o mundo estão a fazer o que está ao seu alcance, como assinar petições, boicotar empresas que "financiam o genocídio", e sair para rua e exigir o fim da guerra.
A ofensiva israelita em curso em Gaza seguiu-se aos ataques sem precedentes do movimento islamita palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, nos quais cerca de 1.200 pessoas foram mortas e mais de duas centenas feitas reféns.
A resposta militar israelita causou mais de 61.000 mortos em Gaza, bem como uma grave crise humanitária e a destruição de grande parte das infraestruturas do território palestiniano.
Israel, Estados Unidos e a União Europeia consideram o Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, como uma organização terrorista.
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