Depois de uma noite em que foi possível circunscrever o incêndio, tal como nos dias anteriores, as chamas voltaram a ganhar intensidade durante a tarde, levando à reposição do confinamento em Alvoco da Serra, em Seia, disse à agência Lusa Luciano Ribeiro.
"A aldeia não está em perigo, mas o fogo continua nas imediações", notou.
De acordo com o autarca, durante a tarde, o incêndio foi mais intenso nas encostas da Serra da Estrela, "tendo chegado também às partes mais altas do Parque Natural".
"Nessa fase, o incêndio tomou vários caminhos, um deles em direção aos Piornos e Unhais da Serra e outra por aquilo que é designado como o quilómetro vertical -- um percurso de desporto de natureza muito famoso no Alvoco para a Torre -- e, portanto, ao final da tarde, o fogo estava nessa encosta a começar a lamber o planalto da Torre [o ponto mais alto de Portugal continental]", explicou o presidente da Câmara de Seia.
Além de Alvoco da Serra, Vasco Esteves de Baixo e Outeiro da Vinha continuam a inspirar preocupação por parte do município, acrescentou.
Para a noite, Luciano Ribeiro espera uma repetição do cenário vivido nos últimos dias, em que se irá aproveitar o aumento da humidade e a descida das temperaturas para circunscrever o incêndio.
"Ontem [terça-feira] também houve bastante humidade e, durante a noite, o fogo simplesmente não ardia, mas depois, hoje, teve uma grande violência", notou.
Segundo o presidente da Câmara de Seia, o plano para a noite será evitar que o incêndio passe do vale do Alvoco para o vale glaciar de Loriga.
Face ao fogo, a Câmara de Seia decidiu hoje prolongar o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil até segunda-feira.
Ao mesmo tempo, o município criou uma linha de apoio (238310242 e 917314993) para que a população do concelho afetada pelo incêndio possa reportar necessidades mais urgentes.
A Câmara de Seia tem também no terreno equipas multidisciplinares para uma primeira triagem dos prejuízos, com especial atenção às situações de emergência social.
O incêndio que progride em Seia, no distrito da Guarda, teve origem no concelho de Arganil, no distrito de Coimbra, estendendo-se para o concelho de Pampilhosa da Serra, no mesmo distrito, e para os concelhos de Castelo Branco, Fundão e Covilhã (distrito de Castelo Branco).
Segundo relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), este incêndio que começou há uma semana já terá consumido mais de 40 mil hectares.
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